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Especialista do Ministério da Saúde afirma que investimento em tratamentos de câncer cresce no país

A informação foi dada pela consultora Maria Inês Pordeus Gadelha, que trabalha na Coordenação Geral de Alta Complexidade

Nos últimos dez anos, os gastos do Sistema Único de Saúde (SUS) com medicamentos para tratamento de câncer passou de R$ 300 milhões para mais de R$ 1 bilhão. A informação foi dada pela consultora Maria Inês Pordeus Gadelha, que trabalha na Coordenação Geral de Alta Complexidade do Departamento de Atenção Especializada do Ministério da Saúde (MS). Ela abriu os debates na manhã desta quarta-feira (6), no Supremo Tribunal Federal (STF), durante o quinto dia de audiência pública que discute o direito à saúde.

Segundo Gadelha, desde 1988, quando o SUS foi criado, houve uma progressiva inclusão de pacientes com câncer no sistema e um aumento de investimento nessa área, sendo que o ministério absorve a maior parte dos dispêndios com a manutenção de equipamentos. Atualmente, 160 mil pacientes fazem tratamento de quimioterapia no SUS. A cobertura para atendimento é composta, principalmente, por hospitais e clínicas particulares, e somente o estado de Roraima não tem uma rede consolidada para oferecer tratamento na área. “Todo o tipo [de tratamento de] câncer está contemplado pelo SUS”, afirmou.

Para a consultora, “o grande desafio para se alcançar integralidade do sistema é a autoridade pública, gestora do SUS, ter condições de articular interesses tão diversos, públicos e privados”, harmonizando não só a assistência, mas ações, atividades e políticas de promoção à saúde e de prevenção ao câncer. Ela destacou que a complexidade dessa área de tratamento exige a integração de procedimentos clínicos e cirúrgicos, bem como de áreas especificas de conhecimento e inúmeros profissionais e especialidades, com atenção especial para o momento do diagnóstico e para os cuidados paliativos.

Gadelha explicou que os hospitais e clínicas que atendem no sistema têm, na área de tratamento de câncer, grande liberdade para determinar o tratamento, fazer a prescrição dos cuidados médicos e determinar o fornecimento dos medicamentos, que é de responsabilidade direta da unidade onde se faz o tratamento. “Quanto mais ágil, oportuno e direto for o fornecimento [do medicamento], maior é a qualidade do serviço”, alertou a consultora.

Segundo ela, essa liberdade também é necessária porque um mesmo tumor pode ser tratado com os mesmos medicamentos em várias combinações e uma demora no tratamento pode fazer o câncer ganhar resistência.