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Definido local para construção de ponte férrea ligando Guaíra e Mundo Novo

A implantação do ramal ferroviário da Ferroeste no Estado vai garantir o escoamento da produção agrícola e das indústrias de Mato Grosso do Sul

Os integrantes da Comissão da Ferroeste definiram o melhor local para construção da ponte férrea que vai ligar os municípios de Mundo Novo (MS) a Guairá (PR). O secretário de Obras e Transportes, Edson Giroto e Carlos Alberto Negreiros, secretário do Meio Ambiente, das Cidades, do Planejamento, da Ciência e Tecnologia, afirmaram que o Governo do Estado vai disponibilizar R$ 20 milhões para execução do projeto, construção do acesso e toda infraestrutura necessária do terminal ferroviário.

         Hoje de manhã foi realizada audiência pública para debater o projeto da ferrovia que vai ligar o município de Maracaju (MS) ao município de Cascavel (PR), na Câmara Municipal de Mundo Novo. No início da tarde todos os integrantes da Comissão da Ferroeste, entre eles o presidente da empresa, Samuel Gomes dos Santos (foto), foram até o local indicado pelo prefeito de Mundo Novo, Antonio Cavalcante, como sendo o ideal para a execução da obra. Trata-se do antigo Porto Fragelli, localizado num ponto turístico conhecido como “Prainha do Cascalho”, situado a aproximadamente 15 quilômetros da rodovia BR-163.

         “Sem dúvida esse é o melhor local para a execução do projeto”, afirmou Samuel, informando que o ponto deve representar uma significativa redução no custo da obra. Segundo o diretor da Ferroeste, no local pré-definido pelo município de Mundo Novo, a ponte terá entre 2,5 mil a 3 mil metros. Já na outra opção, a extensão da ponte aumentaria em torno de mil metros. Ele calcula que a obra deve custar entre R$ 70 a R$ 100 milhões.

         O secretário Edson Giroto afirmou que a ferrovia consolida a estrutura logística necessária para o escoamento da produção agrícola de Mato Grosso do Sul. Ele informou que a obra deve iniciar em 2010, tendo em vista que o governo do Estado já disponibilizou os recursos necessários para o projeto. A obra da ferrovia será bancada com recursos federais. O secretário Carlos Alberto Negreiros informou que a previsão é que a Ferroeste seja concluída em no máximo três anos.

         O projeto

         A implantação do ramal ferroviário da Ferroeste no Estado vai garantir o escoamento da produção agrícola e das indústrias de Mato Grosso do Sul para outros países, por meio do Porto de Paranaguá (PR). A previsão é que sejam investidos cerca de R$ 2 bilhões na ferrovia, que terá aproximadamente 950 quilômetros de extensão. O projeto prevê utilização de recursos do Governo Federal e dos governos estaduais do Estado e do Paraná.

         O governador André Puccinelli afirma que a ligação ferroviária de Maracaju com a cidade de Paranaguá vai acelerar o desenvolvimento econômico do Estado, barateando os custos dos transporte, incentivando o aumento da produção destinada à exportação. “A construção desta ferrovia vai transformar Mato Grosso do Sul em celeiro da região Centro-Oeste e do Brasil. Esse investimento vai baratear o custo do escoamento da produção agrícola, tornando o Estado mais competitivo”, ressalta o governador.

         Atualmente, a Ferroeste tem 248 quilômetros e liga as regiões Oeste e Central do Paraná. A extensão da Ferroeste deve atrair mais cargas do Mato Grosso do Sul e  abrir mais uma porta de entrada para produtos do Mato Grosso e do Paraguai até o Porto de Paranaguá, reduzindo custos da produção e aumenta a renda dos produtores.

         O projeto da Ferroeste para a expansão da infraestrutura do modal ferroviário paranaense, segundo o presidente da companhia, Samuel Gomes, "politicamente está resolvido". Os estudos de viabilização técnica e ambiental dos novos ramais darão base para que o projeto seja financiado.

         Para entender o projeto de ampliação da ferrovia Cascavel-Guarapuava basta imaginar que o traçado vai ser estendido de Cascavel a Foz do Iguaçu, numa ponta, e de Guarapuava ao Porto de Paranaguá na outra ponta. Além disso, de Cascavel em direção ao Mato Grosso do Sul sairá um braço da ferrovia, passando por Guaíra, até Maracaju, passando por Dourados (MS). 

         História da Ferroeste

         Construída pelo governo paranaense em parceria com o Exército brasileiro, durante o primeiro mandato do governador Roberto Requião, entre 1991 e 1994, a ferrovia custou na época US$ 360 milhões, pagos com recursos do Estado. O objetivo era atender os produtores do Oeste e possibilitar um meio barato de escoar a produção. Esse processo foi interrompido quando o governo Jaime Lerner concedeu a ferrovia à iniciativa privada.

         O consórcio privado Ferropar (Ferrovia Paraná S/A), segundo o governo, não fez os investimentos previstos, não cumpriu as metas de transporte de cargas, nem pagou as parcelas estipuladas no contrato de concessão.

         Em 2003, Roberto Requião determinou à diretoria da Ferroeste a retomada do controle da ferrovia. Desde então o advogado Samuel Gomes, diretor administrativo, jurídico e financeiro da empresa, ingressou com várias ações em juízo. A retomada da ferrovia pelo Estado ocorreu em 18 de dezembro de 2006.