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Lixo, lixa, lixado

Sabe de uma coisa? A maior prova de como o Congresso está ferido foi essa novela para a destituição e substituição do deputado Sérgio Moraes como relator do processo contra o nosso agora velho conhecido Edmar Moreira no Conselho de Ética da Câmara. Virou um disse-que-não disse e ficou sendo empurrada com a barriga até onde deu.
Moraes é aquele que está "se lixando" para você, o eleitor, e ia livrar a cara de Moreira antes mesmo de saber direito do que se tratava. Moreira é aquele do castelão horroroso e que apresentava notas das próprias empresas para a Câmara (eu, você, nós e vós) pagar.
E por que a substituição, tão óbvia, foi tão enrolada? Porque não havia substituto. Primeiro, ninguém queria. Depois, a maioria não podia. Entre os que não queriam estão os exaustos de tanta sujeira vindo à tona e que não pretendem arregaçar as magas para a faxina. Nem entrar no alvo… Entre os que não podiam, há de tudo um pouco.
Por exemplo: os que levaram as famílias para passear no Primeiro Mundo à custa da cota de passagens, os que estão enrolados com notas frias e explicações geladas para gastos da malfadada "verba indenizatória", os que, se sacudir, vão sobrar cobras e lagartos.
Depois de três horas de debate, nesta quarta, o presidente do conselho, José Carlos Araújo, destituiu o "se lixando" Sérgio Moraes do cargo de relator, e agora vamos ver se o processo contra Edmar Moreira vai. E para onde vai.
Entre tantas coisas esquisitas que andam acontecendo, o DEM da deputada Solange Amaral lutou pela substituição de Moraes, enquanto o PT e o PTB defenderam o camarada.
Com tudo de pernas para o ar, só faltava mesmo um projeto da Fundação Getúlio Vargas que acabasse com diretorias, mas mantendo os salários dos diretores do Senado. Não falta mais!

Eliane Cantanhêde é jornalista e colunista de política