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Frigoríficos Bertin e Marfrig também negociam fusão

Os rumores circulam entre os próprios funcionários da Marfrig

Outra megafusão entre frigoríficos brasileiros pode ser anunciada nos próximos dias. Depois da Sadia e da Perdigão, as empresas Marfrig e Bertin, que dominam as exportações de carne do país e figuram entre as maiores do setor em todo o mundo, estão em negociação adiantada para uma provável união de seus negócios. Os rumores circulam entre os próprios funcionários da Marfrig. O negócio, se confirmado, deve criar um gigante com receita bruta anual de R$ 14 bilhões, e, assim como aconteceu com Sadia e Perdigão, deve ter a benção do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

O setor de carne bovina foi um dos mais afetados pela crise financeira internacional. Em 2008, o Bertin teve um prejuízo de R$ 681 milhões e tem uma dívida de R$ 5,5 bilhões. A Marfrig teve uma perda de R$ 35,5 milhões no mesmo período e tem uma dívida de R$ 4,3 bilhões.


Se a fusão for confirmada, a concentração no agribusiness, que já é alta, deve crescer ainda mais, reduzindo as opções que os agricultores têm para vender suas produções de boi e frango. Quem precisar exportar ficará praticamente restrito à Friboi (grupo JBS) e à empresa que pode resultar da fusão da Marfrig com a Bertin, ou terá de optar pela venda para pequenos abatedores locais, que não têm capacidade de abate suficiente para absorver a demanda. O Brasil tem um rebanho bovino estimado em 200 milhões de cabeças, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A fusão das empresas também pode impactar outros setores. A Marfrig atua com abatedouros de frango na Inglaterra e no Brasil, domina a exportação de ovinos no Uruguai e a distribuição de carne no Chile. No Brasil, a empresa é responsável por 70% do fornecimento de carne para as churrascarias dos grandes centros.

A Bertin se mantém no ramo de frigoríficos e, nos últimos quatro anos, direcionou a expansão de suas novas plantas para a região da Amazônia. A empresa passou a atuar com força também na venda de couro. A Bertin possui curtumes no Brasil, no China e no Uruguai. A empresa ainda controla a principal indústria italiana de embutidos.