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Convento da Bahia é uma das 7 Maravilhas

A baiana Daniela Mercury cantou em homenagem aos vencedores

O Convento de São Francisco e a Ordem Terceira do Carmo, em Salvador, e a Igreja de São Francisco de Assis, em Ouro Preto , Minas Gerais, foram os vencedores brasileiros do concurso  “7 Maravilhas de Origem Portuguesa no Mundo”. A premiação aconteceu no dia 10 de junho, no Arena de Portimão, em Lisboa, Portugal.

A baiana Daniela Mercury cantou em homenagem aos vencedores. Ao todo, foram finalistas nove monumentos da África, oito da América Latina, dos quais sete no Brasil e 10 da Ásia. A TV Portuguesa RTP exibiu a premiação ao vivo para diversos países.

Para a representante da Embratur em Portugal, Neila Araújo , o prêmio das “7 Maravilhas de Origem Portuguesa no Mundo” recebido pelo Convento de São Francisco e Ordem Terceira do Carmo,  foi muito merecedor. “A premiação foi uma conquista para a Bahia, pois mostra que não temos apenas o turismo de sol e praia, mas o da cultura, que é muito forte no Brasil, e o turista adora!”, declarou.
 
O Concurso:
 
Tudo começou com a criação da New 7 Wonders Foundation, com sede no Le Corbusier, em Zurique, pelo suíço Bernard Weber que lançou a votação para eleger as novas 7 Maravilhas do Mundo, em 2001. A idéia de Weber consistia em envolver a população mundial numa campanha de divulgação do patrimônio construído pelo homem e com isso contribuir para a sua preservação. Dando continuidade a proposta, foi realizada a eleição das 7 Maravilhas Portuguesa no Mundo, numa votação que envolveu mais de 350 mil portugueses. A Bahiatursa apoiou o concurso.
Para outras informações sobre a premiação e o concurso acesse o site
www.7maravilhas.sapo.pt .
 
Os Monumentos:
 
A Igreja e Convento de São Francisco são importantes edificações históricas da cidade de Salvador. Sua origem data de 1686, seguindo um projeto do Padre Vicente das Chagas. O convento foi iniciado primeiro, e em 1708 foi lançada a pedra fundamental da igreja, com o edifício terminado em 1723, mas sua decoração ainda levaria mais tempo. O convento foi concluído em 1752, mas todo o complexo só seria finalizado em 1782, com a colocação dos azulejos e arremate da portaria. No século XX os edifícios passaram por intervenções de restauro em diversas ocasiões.

A planta da igreja é incomum entre as edificações franciscanas do Nordeste, pois tem três naves, ao passo que o desenho mais usual conta com apenas uma nave. A fachada, voltada para um grande largo onde existe um cruzeiro, tem influência maneirista, com duas torres laterais relativamente simples e um volume central mais decorado, especialmente no frontão.

A igreja é especialmente preciosa pela sua exuberante decoração interna. Todas as superfícies do interior – paredes, colunas, teto, capelas – são revestidas de intrincados entalhes e douraduras, com florões, frisos, arcos, volutas e inúmeras figuras de anjos e pássaros espalhadas em vários pontos, além de painéis em azulejos portugueses com cenas e inscrições moralistas diversas. É considerada uma das mais significativas expressões do barroco no Brasil. O teto possui pinturas de Frei Jerônimo da Graça, realizadas entre 1733 e 1737. A portaria lateral que dá acesso ao convento, possui pintura ilusionista no teto atribuída a José Joaquim da Rocha na segunda metade do século XVIII.

O convento foi construído em torno de um claustro quadrado, tem um sub-solo e dois pavimentos sobre o nível da rua. Sua decoração mostra ricos painéis de azulejo da primeira metade do século XVIII, parte deles criada por Bartolomeu Antunes de Jesus em 1737, em Lisboa.
 
Igreja da Ordem Terceira
 
Foi erguida em 1703, ocupando o lugar de uma edificação anterior. A nova igreja foi projetada por Gabriel Ribeiro, que venceu o concurso aberto para este fim, mas a autoria da fachada não é assegurada.Este templo é especialmente importante para o estudo do barroco no Brasil, sendo o único exemplar em todo o país cuja fachada foi decorada em estilo churrigueresco, com apenas um similar, mas não tão expressivo, na Igreja de Nossa Senhora da Guia, na Paraíba.

A fachada esteve coberta de argamassa por longo tempo e somente no início do século XX, durante serviços na rede elétrica, foi redescoberta a sua decoração subjacente. Tem uma profusão de esculturas e relevos de frutos e folhagens, formando guirlandas e volutas. A portada em pedra que dá acesso ao adro é também belamente ornamentada. A igreja se localiza anexa ao importante conjunto da Igreja e Convento de São Francisco, outra jóia da arte barroca no Brasil.


Já o interior não segue o mesmo estilo, tendo sido reformado várias vezes, mas preserva ainda uma grande série de azulejos pintados, vindos de Portugal, importantes por retratarem Lisboa antes do terremoto de 1755 e cenas do cortejo do infante Dom José e Dona Maria Ana de Bourbon em seu casamento em 1729. O teto é decorado com pinturas de Franco Velasco, realizadas em 1831. Anexo é matido um pequeno museu com exposição de peças sacras, incluindo paramentos litúrgicos e estatuária de grande porte. A igreja foi tombada pelo IPHAN em 1938.