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Reconstituição do homicídio dos irmãos Machado de TL

Maior dúvida da polícia era referente a distancia que os disparos foram efetuados

 
A Polícia Civil realizou na tarde de ontem (18) a reconstituição do crime de homicídio dos irmãos Gabriel de Freitas Machado, 20 anos, e Jair de Freitas Machado, 22 anos, mortos no dia 5 de abril deste ano.


A reprodução simulada teve início às 16 horas. Quatro viaturas da Polícia Civil interditaram o local do crime – cruzamento entre as ruas Abrão Matar e José Teixeira, bairro Ipacaraí. Gustavo Ferreira Lima, 18 anos, conhecido como “Telems” desceu escoltado por dois policiais. Ele permaneceu boa parte do tempo algemado e ao lado do delegado Eraldo Coelho, titular da 1ª DP.


Aos policiais, Telems informou o local exato onde permaneceu escondido aguardando a chegada dos irmãos – um muro com algumas plantas à frente. Dois policiais utilizaram bicicletas para simular a passagem das vítimas, até o momento dos disparos e queda. Este foi o único momento que as mãos do acusado foram liberadas. Para mostrar como e de onde atirou, Gustavo recebeu um revólver quebrado e sem tambor.


Conforme o delegado Eraldo, o principal objetivo do crime era determinar a que distância os disparos foram feitos. “Em seu depoimento, ele [Gustavo] disse que havia atirado nos dois irmãos a uma distancia de mais de 1,5 metros . No entanto, o exame necroscópico realizado nos corpos encontrou em Jair, vestígios de pólvora, o que demonstra que o tiro foi a curta distância [queima roupa]”, concluiu.


Esta hipótese foi concluída numa simulação realizada em seguida, já sem a participação de Gustavo. A reconstituição provou que o acusado teria atirado nas duas vítimas e se aproximado em seguida para efetuar mais dois disparos, um em cada (Jair foi atingido no ouvido e Gabriel na fonte). “Isto mostra a intenção dele [acusado] em ‘concluir o trabalho’, ou seja, em ver os dois irmãos mortos”, explicou.


Gustavo Lima foi preso em uma operação da Polícia Civil, por meio da 1ª DP e Delegacia de Investigações Gerais (DIG) desencadeada no dia 27 de maio deste ano. Em seu depoimento, o acusado alegou que havia executado os dois irmãos em decorrência de um desentendimento ocorrido poucas horas antes – um dos irmãos teria atirado contra ele em um bar, a princípio “por tê-lo confundido com outra pessoa”. Na época, a polícia chegou a levantar a possibilidade de participação de mais uma pessoa no crime. No entanto, a possibilidade de um comparsa foi descartada por Eraldo. “Tanto as nossas investigações, quanto a versão de Gustavo e a reconstituição mostram que ele agiu sozinho”, explicou.


O delegado informou que, com a reconstituição, o caso está praticamente encerrado. O próximo passo será juntar todo material, concluir o inquérito policial e encaminhar ao Ministério Público Estadual para que a denúncia seja apresentada à Justiça.


Além disso, Eraldo também deverá solicitar a prisão preventiva de Gustavo, que por enquanto é mantido na carceragem da 1ª DP por força de um mandado de prisão temporária. “Assim que expedida a prisão preventiva, ele deverá ser transferido para a Penitenciária de Segurança Média”, completou.


A reconstituição contou com a participação de dois peritos, dois delegados – Eraldo e o delegado Rogério Market, da 2ª DP – e quatro policiais civis. Lima deverá responder por duplo homicídio qualificado.

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