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Adolescentes assaltam bar e matam uma das vítimas

O latrocíno foi praticado no bairro Alto Alegre, resultando na morte de José Pereira da Silva, 50 anos

Tiroteio no bairro Alto Alegre, após um assalto, na noite de quinta-feira,  acabou em tragédia. O mecânico de máquinas pesadas, José Pereira da Silva, 50 anos, foi assassinado com um tiro na cabeça. Os acusados do crime são três adolescentes, sendo que dois foram apreendidos pela Polícia Militar, alguns minutos depois. Esse é o terceiro latrocínio praticado na cidade somente esse ano. Dois tiros acabaram atingindo o portão da garagem e o muro de uma residência.

O outro suspeito, identificado apenas como “Macaco do Santa Luzia”, continua foragido e de acordo com os policiais, já possui diversas passagens na polícia. L.H.S., 16 anos chegou a ser atingido com um tiro na coxa pela vítima.

Segundo a Polícia Militar, tudo começou, quando os três adolescentes se reuniram na Praça Ramez Tebet e planejaram o assalto no referido estabelecimento comercial, que costuma ser freqüentado por pessoas com relativo poder aquisitivo. O bar do bairro, que possui edificação bem simples, tem como principal clientela funcionários públicos e profissionais liberais, que frequentam o bar, quase sempre acompanhado de suas famílias.

Por volta de 23h, de bicicleta, o trio foi até ao local. Um dos adolescentes estava armado com revólver e capuz e anunciou o assalto, rendendo aproximadamente 8 clientes que estavam no local. Após a fuga, José Pereira resolveu segui-los, trocando tiros, mas acabou sendo alvejado com tiro na cabeça.

COMO FOI O LATROCÍNIO

De acordo com informações levantadas pela Polícia Militar, por volta das 23h, eles foram acionados até o local do assalto, sendo informados que estavam ocorrendo um tiroteio. Segundo testemunhas, os três adolescentes chegaram no bar e renderam alguns clientes que estavam no local.

Todos foram obrigados a entrar no interior do estabelecimento. L.H.S., de 16 anos, armado com revólver engatilhado apontou para o dono do bar, Wilson Pedrosa , 40 anos e mandou pegar o dinheiro do caixa, o que não ocorreu.

Em seguida, outro adolescente, pegou uma faca do bar e ameaçou todas as vítimas. Nesse momento, o trio conseguiu roubar R$ 69,00 dos clientes e R$ 37,00 do bar, além de vários CDs e DVDS.

Segundo testemunhas, nesse momento, a vítima José Pereira estava no banheiro. No momento que ele saiu o dono do bar informou que tratava-se de um assalto.  O trio de adolescentes saiu correndo e ele resolveu persegui-los, momento em que começou a troca de tiros.

Quando os policiais foram acionados, a poucos metros do local do crime, conseguiram apreender L.H.S. e seu comparsa E.D.S.P., ambos de 16 anos. O primeiro foi encontrado ferido com um tiro na coxa. Junto com eles, foi localizada a mochila com todos os produtos do roubo.

Ao retornarem ao local do crime, os policiais encontraram equipe do Samu tentando reanimar José Pereira, no entanto, devido a gravidade do ferimento provocado em sua cabeça, não houve êxito e  ele acabou vindo a óbito. Até o fechamento desta edição, os policiais ainda não haviam conseguido capturar o terceiro suspeito, identificado apenas como “Macaco do Santa Luzia”, que já teria diversas passagens pela polícia.

Tiroteio assusta moradores

O tiroteio que resultou na morte de José Pereira da Silva, 50 anos, deixou os moradores do bairro Alto Alegre assustados, principalmente crianças e mulheres. O clima de insegurança tomou conta da região.  Uma idosa que mora próximo do bar afirmou que esse é o terceiro assalto praticando contra o estabelecimento.

“Minha mãe comprou uma bicicleta e ela foi furtada dentro de casa. Ontem, ela tomou sedativos para conseguir dormir, pois ficou muita assutada com os tiros”, conta um garoto de apenas 6 anos. Outra mulher afirma que inclusive está pensando em se mudar para a fazenda, pois acredita que só lá ela estará livre da violência. (Os nomes destas pessoas não foram divulgados por questão se segurança).

Toque de recolher

“Minha filha estava na janela e viu o momento em que homem levou o tiro e caiu no chão. Ela saiu gritando: pai, socorro, socorro”, informa o motorista Acácio de Oliveira Dias, 46 anos, amigo da vítima, que permitiu que seu nome fosse publicado. Ele afirma que essa situação em Três Lagoas somente será resolvida quando for adotada a lei do  “toque de recolher”, semelhante a que foi criada nas cidades do lado de São Paulo. “A maioria dos crimes violentos praticados na cidade envolvem menores e estão ligados a droga”, afirma.
Ciderfenia Pereira da Silva, 58 anos, irmã de José Pereira, ainda muito abalada com tudo o que aconteceu, afirma que a vítima nunca havia se envolvido em confusão e sempre foi um exemplo na família. “Ainda não sei direito o que aconteceu, mas a verdade é que as autoridades têm que tomar providências para reverter essa onda de violência na cidade”.