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Três Lagoas

Média: 290 presos ainda aguardam julgamento

Muitos dos internos poderiam estar cumprindo penas alternativas em vez de estarem em celas

Dos 518 detentos, mais de 290 esperam por um julgamento em Três Lagoas, o que representa 56% da população carcerária (dados de junho/2009). São centenas de internos que ocupam celas sem terem sido condenados.

A grande quantidade de presos que aguardam julgamento contribui para a superlotação da Penitenciária de Segurança Média de Três Lagoas, um problema que se estende por todo Estado e País. O Brasil conta hoje com a oitava maior população carcerária do mundo. Isso tudo devido ao ritmo lento dos processos penais.

Dados revelados pelo Departamento Penitenciário Nacional (Depen) mostram que, em oito anos, o número de presos provisórios saltou cerca de 43 mil para 190 mil. Segundo Deusdete Souza de Oliveira, diretor/presidente da Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen), cerca de 40% da população carcerária, incluindo Três Lagoas, são presos provisórios. 

Estado tenta fazer mutirão para desafogar o sistema carcerário

Para tentar reverter o quadro da superlotação dos presídios em Mato Grosso do Sul, órgãos e entidades resolveram se unir para agilizar os processos que lotam as varas de Execuções Penais. A Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e universidades entregam nos próximos dias ao Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJ/MS) um projeto para que acadêmicos do curso de Direito analisem processos e façam a contagem do tempo de pena dos detentos do sistema carcerário de todo o Estado.

“Estamos propondo ao Judiciário um projeto para que os presos possam ter não só a progressão de pena, mas também a liberdade de forma mais rápida, liberando vagas nos presídios”, explicou o superintendente de Políticas Penitenciárias da Sejusp, Aloysio Franco de Oliveira, na reunião realizada no final do mês passado, entre as entidades envolvidas. De acordo com o superintendente, a iniciativa partiu da OAB e já teve adesão da universidade Anhanguera – Uniderp, de Campo Grande, da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) e da Faculdade Santa Tereza Salesiana, de Corumbá. “Além de minimizar um problema sério que é a contagem de pena já cumprida pelos presos, os acadêmicos também estarão fazendo estágio supervisionado”, conta. Ele lembrou que o cálculo da pena cumprida não é simples já que também envolve a remissão da pena nos casos de presos que trabalham ou estudam.