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Três Lagoas

Trabalhadores informais terão direito à Previdência

Em Três Lagoas, medida anunciada pelo Governo anima profissionais

Há 27 anos trabalhando com costura, Maria Valdenora de Souza, 51 anos, conta que se apaixonou pela profissão aos 17 anos, quando fez o curso de corte e costura. Ela lembra que resolveu investir no curso, pois raramente alguma costureira acertava seu pedido. Desde então se dedica integralmente ao oficio. Ela é uma dos 11 milhões de exemplos de trabalhadores brasileiros que lutam para viver trabalhando honestamente e não possuem Previdência Social. Uma nova medida foi anunciada e animou os trabalhadores de Três Lagoas. Os pequenos empreendedores que trabalham informalmente e têm faturamento de até R$ 36 mil por ano, poderão formalizar seus negócios aderindo ao programa Microempreendedor Individual (MEI).  

“A medida adotada é de extrema importância para nós que trabalhamos informalmente. Depois de 27 anos costurando não tenho nenhum beneficio garantido, me preocupo muito com a questão da saúde e da velhice, pois ainda não estou preparada”, comentou.

A costureira contou ainda que trabalhando informalmente é possível organizar os horários, mas que esse benefício é mais um incentivo. “Já vou procurar saber como proceder. A gente investe em tanta coisa, mas esta terá retorno garantido. Estou feliz em saber da medida, pois os anos passam e vamos perdendo um pouco da energia. Isso será ótimo para assegurar o meu futuro”, comentou.

O vendedor de algodão doce, Antônio Sérgio, 34 anos, trabalha informalmente desde os 12 anos. “Esta era a medida que faltava, ela vai beneficiar todo mundo. Temos que pensar que muitas vezes a gente precisa e não tem para onde correr. Isso será uma garantia”.

Mais de 170 ocupações serão beneficiadas com o MEI. Segundo o Ministério da Previdência Social, a previsão é de formalizar mais de 11 milhões de brasileiros que vivem de pequenos negócios e prestação de serviços, que não pagam tributos e que não têm direito aos benefícios previdenciários.

Como vai funcionar

O microempreendedor que aderir ao programa terá de recolher os tributos mensalmente, sem precisar pagar a contabilidade e nem emitir nota fiscal. A taxa mensal irá variar entre R$ 51,15 e R$ 57,15, incluindo os impostos federais, estaduais e municipais.

De acordo com o Ministério, R$ 51,15 será o valor da contribuição previdenciária, R$ 5 de Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza  (ISSQN) para a Prefeitura (caso o empresário seja um prestador de serviços) e R$ 1 de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para o governo estadual (caso a pessoa atue na indústria ou no comércio).

Ao formalizar o seu negócio, o microempreendedor terá direito a salário-maternidade, auxílio-doença, aposentadoria por idade, aposentadoria por invalidez e a família ficará protegida com pensão por morte e auxílio-reclusão.
A adesão ao programa poderá ser feita gratuitamente pela internet, pelo Portal do Empreendedor (http://www.portaldoempreendedor.gov.br). As dúvidas poderão ser respondidas pelos telefones 135 da Previdência Social ou 0800 570 0800 do Sebrae.