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Três Lagoas

População perde o medo e faz exame de prevenção à Aids

De dez exames mensalmente, o Programa Municipal de DST-Aids passou a atender 50 pessoas a cada 30 dias

Por mês, uma média de cinqüenta pessoas procuram a sede do Programa Municipal DST-Aids para fazer o exame de prevenção ao vírus HIV. O índice, que corresponde a mais de um exame por dia, é comemorado pela coordenadora do programa, Alexandra Nunes. De acordo com ela, até o ano passado a média mensal de exames era de dez coletas – uma a cada três dias. “Este índice é apenas relacionado aos casos que a população nos procurou, fora os testes feitos pelo CTA Itinerante [Centro de Testagem e Aconselhamento]. Isto prova que a população está se conscientizando, estão perdendo o medo do exame e nos procurando mais”, explicou.

A coordenadora também relaciona o aumento à localização da nova sede do programa. Recentemente, o DST-Aids funciona na rua Darcy Pio, ao lado da escola estadual Eufrosina Pinto, que, para Alexandra, é melhor localizada.
Somando as coletas feitas pelo CTA Itinerante, o número de exames realizados ultrapassa a casa dos 250 mensais. Conforme Alexandra, no mês passado, o Programa DST-Aids visitou quatro empresas da Cidade. Somando todas, foram mais de 200 exames. “As pessoas nos procuram. Com exceção dos jovens, que ainda apresentam alguma resistência, todos a quem nós oferecemos o teste aceitam”, completou.

A coordenadora explica que o número de visitas realizadas pelo CTA Itinerante não pode ser maior por conta do período em que se leva para o resultado dos exames, entregue individualmente – processo que leva em torno de quatro dias.

No entanto, não é a perda do medo não é o único motivo a ser comemorado pelo programa. Segundo Alexandra, mesmo com o aumento dos exames, o índice de novos casos de Aids permanece o mesmo em relação aos anos anteriores. Hoje, a média é de 40 novos casos por ano, em Três Lagoas. Até junho deste ano, o Município registrou 20 casos, aproximadamente.

Atualmente, o DST-AIDS acompanha 230 pacientes, entre portadores do vírus HIV e doentes de Aids. A faixa etária entre os pacientes predominante é de 30 a 40 anos. Mas a coordenadora explica que a doença atinge a todos. “Embora a maior parte dos pacientes esteja dentro dessa faixa, temos casos de adolescentes a até idosos de 70 anos convivendo com a doença”, declarou.

ADOLESCENTES

Atualmente, seis pacientes com menos de 20 anos convivem com a doença no Município. O número chegou a preocupar o Programa DST-Aids em 2007, quando estes casos surgiram, todos de uma vez. No entanto, não houve aumento com o passar dos anos. “Tivemos apenas estes casos, mas que preocupam. Todos foram de transmissão horizontal, no ato da relação sexual precoce e a maioria só foi descoberta quando a adolescente descobriu que estava grávida e fez o pré-natal. Daí, ela precisa enfrentar dois problemas: a gravidez e a doença. No entanto, isto não quer dizer que o índice não seja maior. A maioria dos adolescentes ainda tem certa resistência em procurar o DST-Aids para fazer o exame. Só nos procuram na fase adulta, quando os sintomas ou a dúvida já apareceram”, completou.

Para tentar reverter o quadro, o Programa DST-Aids realiza no dia 14 de agosto o Seminário de Saúde e Prevenção nas Escolas. O projeto, destinados à escolas da rede pública de ensino, vem sendo realizado há três anos com o objetivo de levar informações sobre gravidez na adolescência, DSTs e Aids aos alunos da rede. E, de acordo com Alexandra, também está trazendo resultados. “Nos últimos anos começamos a ver trabalhos voltados para a prevenção a Aids elaborados pelos alunos. Assim como vemos ações sobre Trânsito e Meio Ambiente, agora também pudemos perceber projetos desenvolvidos nesta área”.