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Três Lagoas

Sistema Recusa já inseriu três no mercado de trabalho

De uma maneira simples, o sistema prevê suspender o seguro desemprego daquele que se recusar a tentar uma nova oportunidade de emprego

Três profissionais foram recolocados no mercado de trabalho por meio do sistema recusa, do Ciat em Três Lagoas. A nova rotina dos profissionais do Ciat, implantada há dois meses, visa acabar com as recusas deliberadas de trabalhadores desempregados por novas oportunidades de emprego e intensificar o controle sobre a liberação do seguro desemprego.

De uma maneira simples, o sistema prevê suspender o seguro desemprego daquele que se recusar a tentar uma nova oportunidade de emprego. Assim que o trabalhador é demitido, ele é cadastrado no sistema. Caso surja uma vaga que se encaixe no perfil do trabalhador (mesmo salário ou mais, mesmo cargo e etc), o Ciat realiza o agendamento da entrevista. Se o trabalhador se recusar, o seguro desemprego dele é bloqueado e só será liberado novamente através de recurso junto ao Ministério Público do Trabalho.

Em Três Lagoas, o sistema começou a funcionar no dia 20 de maio. Desde então, 30 pessoas tiveram novas entrevistas agendadas. Destas, três foram recontratadas, oito estão na pendência (realizaram as entrevistas para os cargos na semana passada e aguardam a resposta das empresas) e o restante recebeu o seguro normalmente.

Para o diretor do Ciat, o saldo da nova metodologia de trabalho vem sendo positiva. “Por enquanto, não tivemos problemas com o sistema. Nenhum seguro desemprego foi bloqueado. As pessoas entenderam a proposta e estão dispostas a retornarem ao mercado rapidamente”, completou o diretor.

Assim que convocado pelo sistema para uma entrevista, o trabalhador leva consigo um formulário que deverá ser preenchido pelo empregador. Caso ele não consiga a vaga, o empregador deverá preencher os motivos. Porém, se a recusa for por parte do profissional, a justificativa dele passará por uma analise.  Segundo o diretor, no Ciat são três psicólogas apitas para este trabalho e têm poder para bloquear o seguro. “É importante frisar que, enquanto este processo acontece, o trabalhador recebe o seguro dele”.

O diretor acredita que o novo sistema facilitou o processo de recontratação para aqueles que querem trabalhar, mas é um risco para os que não querem. “Foi comprovado que é mais fácil recolocar um profissional no mercado de trabalho quando ele acabou de ser demitido. Ele ainda está no ritmo de trabalho, ainda está estimulado. Cinco meses depois, tudo isto já passou. Para se ter uma base, após 30 dias desempregado, a pessoa já começa a perder o interesse”, esclareceu.

Ele completa: “Mas é um risco enorme para aqueles que querem ficar sem trabalhar e recebendo, ou realizaram acordos com as empresas para receber o seguro. Se ele fez acordo e foi convocado, ele vai perder o direito”.

A primeira cidade de Mato Grosso do Sul a receber o novo sistema foi Campo Grande. Dez dias depois, o recusa já havia se expandido para boa parte dos municípios do Estado.