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Três Lagoas

MPE flagra filho de delegado com Bolsa Universitária em Sidrolândia

A Prefeitura de Sidrolândia pagava 50% do valor da mensalidade de R$ 689,00.

Em Sidrolândia, cidade distante a 64 quilômetros de Campo Grande, o filho do delegado Edson Pigosso, recebe Bolsa Universitária. O jovem E.J. P, 20, cursa o quarto ano de Direito no Centro Universitário Unaes em Campo Grande. O nome do rapaz está entre os estudantes carentes cuja renda familiar é de até cinco salários mínimos. Mas, a renda da família dele seria de pelo menos 21 salários.

A Prefeitura de Sidrolândia pagava 50% do valor da mensalidade de R$ 689,00.

O delegado Edson Pigosso tem um dos melhores salários da cidade já que o vencimento neste caso é de no mínimo R$ 7 mil. O policial disse ao Midiamax que o filho dele trabalhava para a Prefeitura na Defensoria Pública da cidade e por conta disso teve o direito ao benefício. “Quando eu soube eu disse que isso poderia dar conversa, mas quem decidiu dar a bolsa foi a Prefeitura. Eu não tenho nada com isso”, diz o pai.

O critério de escolha rendeu denuncias ao MPE (Ministério Público Estadual) que desde março exige explicações e ameaça acionar a Justiça por conta de irregularidades nos benefícios. “Fomos procurados por pessoas que não têm condições de ter o benefício e que assistiam gente que pode pagar sendo beneficiada”, diz o promotor da Cidadania, Fernando Martins Zaupa.

Sidrolândia é uma cidade com indústrias tida como uma das mais promissoras, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia Estatística) mas, está cercada por assentamentos, acampamentos rurais, onde residem famílias que estão na linha da pobreza (renda familiar é de salário mínimo).

Imbróglio

Conforme o promotor, o MPE pediu a nulidade da comissão que escolhia quem devia receber a Bolsa Universitária e também um novo processo seletivo com divulgação ampla e analise justa. Houve uma decisão da comarca de Sidrolândia que acatou o pedido em fase liminar e houve novo processo de escolha.

Zaupa não soube informar o tamanho do rombo, mas disse que algumas pessoas cuja renda salarial extrapolavam os cinco salários mínimos foram tiradas da lista. “Foram poucos, mas o pouco que seja é muito par quem precisa”, disse.

Quem tinha renda familiar superior a cinco salários mínimos como o filho do delegado foi excluído. “O jovem filho do delegado apresentou a renda dele, mas a regra é clara já que ele mora com a família e cursa Direito”, explica o promotor.

Agora, o MPE já recebeu a nova listagem das famílias que realmente têm direito ao Bolsa Universitária e vai analisar a forma de ressarcimento. O delegado Edson Pigosso disse ao Midiamax que se houve erro, o erro é da Prefeitura de Sidrolândia.

“Devolver o dinheiro, nem pensar. Não tenho nada a ver com isso. Meu filho vai fazer 21 anos e ele trabalhava para a Prefeitura. Não tem participação minha nisso e se a prefeitura concedeu isso é problema dela com ele. Foram 3 anos de faculdade. Nunca fui pedir bolsa pra ninguém. Em nenhum momento usei meu cargo porque não preciso disso. Agora, ele é meu filho e no que precisar eu ajudo”.