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Três Lagoas

Simone defende Simon, Valter critica Senado

Em vez de gado, a prefeita Simone Tebet falou sobre o PMDB, defendendo o senador Pedro Simon

O assunto era pecuária, mas foi quase impossível deixar a política de lado mediante à série de discussões que vem assolando o Senado desde que o presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP) passou a ser investigado pela Polícia Federal. Durante o debate sobre questões agropecuárias, realizado na Casa do Criador, na noite de sexta-feira (7), a prefeita Simone Tebet (PMDB), em seu discurso, saiu em defesa do senador Pedro Simon (PMDB-RS), que se envolveu em um triplo “bate-boca”, com os parlamentares Renan Calheiros (PMDB-AL) e Fernando Collor (PTB-AL).

De acordo com ela, a situação a deixou “entristecida com o PMDB Nacional”. “Estes dois homens (Calheiros e Collor) não tem moral para atacar e 55 anos de ética de Simon. O Collor? Um presidente que sofreu impeachment dizer para Simon não pronunciar o nome dele?! Um homem de 80 anos de idade, franciscano, que fez voto de pobreza e tem apenas um carro. Vê-lo ali, sozinho, sendo atacado me deixou muito entristecida”, desabafou.

A discussão citada por ela se refere à sessão do último dia 3, quando Simon fazia um discurso pedindo a renúncia de José Sarney (PMDB-AP) da presidência do Senado.

O primeiro a pedir um aparte foi Calheiros: “Eu só quero dizer que gosto de vossa excelência. Como não gostar de vossa excelência?. Eu só lamento que o esporte de vossa excelência nos últimos 35 anos seja falar mal de Sarney. O que vossa excelência repete agora nessa missão de paz.”

Simon acusou o parlamentar de estar mentindo. Em seguida, Calheiros continuou as acusações contra o parlamentar gaúcho. “Vossa excelência faz isso no particular e vem em publico aqui fazer uma coisa diferente”, disparou, referindo-se que Simon foi um dos que instituiu para que Sarney disputasse a presidência da Casa e que, segundo ele, em privado já terá manifestado solidariedade a ele.

O estopim foi quando Simon, irritado ainda mais, acusou Calheiros de ter abandonado Collor “quando foi conveniente e que sempre apoiou qualquer governo”. Neste momento, Collor também entrou na discussão. O ex-presidente da Republica foi duro: “Essas são palavras que eu não aceito.

Quero que o senhor as engula e as digira como julgar conveniente (…) Evite pronunciar meu nome nessa Casa porque na próxima vez que eu tiver que pronunciar o nome de vossa excelência nesta Casa gostaria de relembrar alguns fatos, alguns momentos extremamente incômodos para vossa excelência”, ameaçou.

Após as palavras de Collor, Simon baixou o tom e continuou seu discurso contra Sarney.

BRIGA DE RUA

Sem tomar partido, Valter Pereira (PMDB-MS) discursou sobre a situação do Senado atual. Ele acusou a Casa de ter se transformado em um ringue. “É vexatório. A discussão empobreceu. O senado está se transformando em um ringue de briga de rua, sem classe”, disparou.

Pereira também falou do clima de tensão entre os colegas parlamentares. “A melhor coisa que poderia acontecer é estar aqui, com vocês, porque na hora que entro no Senado, o clima é o dos mais pesados”. À Imprensa, o parlamentar disse que teme que as discussões que vem acontecendo faça com que o Senado fique ainda mais desacreditado junto à população.