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Três Lagoas

Primeira morte por gripe suína do MS foi em Três Lagoas

A professora de 24 anos veio a óbito no dia 3 de agosto, após dez dias internada no Hospital Nossa Senhora Auxiliadora

Embora os casos suspeitos de gripe suína tenham começado a aparecer há menos de um mês em Três Lagoas, o Município foi o primeiro a ter uma morte confirmada pela gripe A (H1N1), conhecida como Gripe Suína. A morte da estudante Ana Paula Elias Guinda, 24 anos, pela nova gripe foi confirmada pela Secretaria Estadual de Saúde no início da tarde de ontem (18). Ana Paula morreu no fim da tarde do dia 3 de agosto, depois de nove dias de internação no Hospital Nossa Senhora Auxiliadora.

Conforme informações da SES, o óbito pelo novo vírus foi confirmado por meio de técnica genética, realizada no Instituto Adolfo Lutz (SP), na segunda amostra encaminhada para exame. Antes disso, o primeiro resultado da primeira amostra, encaminhada no dia 30 do mês passado, teria dado como inconclusivo.

A jovem, moradora do bairro Jardim Vendrel e que trabalharia como estagiária em um Centro de Educação Infantil, apresentou os primeiros sintomas da doença no dia 20 de julho. A notificação sobre a suspeita ocorreu no dia 24, quando foi internada já com um quadro gripal bastante avançado.
Até o momento, dois óbitos suspeitos pela gripe já foram descartados em Mato Grosso do Sul, sendo um em Campo Grande e outro em Caarapó. No entanto, a SES aguarda o resultado do instituto de cinco óbitos, quatro em Campo Grande e um de Ponta Porã. Também há uma morte no município de Amambaí, que será confirmado por vinculo epidemiológico, já que não foi coletada amostra ou nem feito necropsia.

No Estado, o primeiro caso suspeito da doença surgiu no dia 23 de junho. Quase um mês da primeira notificação registrada em Três Lagoas.
Conforme a diretora do Departamento de Vigilância e Saneamento, Maria Angelina Zuque, a confirmação não influenciará no trabalho que já vem sendo desenvolvido pela Secretaria Municipal de Saúde. “O resultado do exame veio apenas para confirmar uma suspeita. As ações de prevenção e controle da doença são tomadas assim que surge a notificação. Até mesmo porque se formos aguardar o resultado para tomar uma iniciativa, pode não dar tempo”, explicou.

Angelina completa dizendo que o Município segue com as medidas determinadas pelo Ministério da Saúde. Entre elas, o trabalho educativo em escolas, indústrias e junto à população, com a distribuição de panfletos. “Continuamos com o trabalho de conscientização sobre as medidas de prevenção a doença. Além de todo esse trabalho, também temos um posto de atendimento à população montado em frente ao PAB”, explicou.

Em relação ao Centro de Educação Infantil (CEI) em que a jovem trabalhava, Angelina explicou que não haverá mudanças no atendimento às crianças. Ana Paula estava de férias e ainda não havia retornado quando contraiu a doença. Por isto, não houve necessidade de interromper o atendimento.

PRIMEIRO CASO SUSPEITO

No Município, o primeiro caso da doença surgiu em Três Lagoas no dia 15 de julho, quando um jovem começou a apresentar os sintomas da doença. No dia 21, ele foi transferido para o hospital São José do Rio Preto (SP), após dois dias internado no Hospital Nossa Senhora Auxiliadora e sem apresentar melhoras do quadro. A princípio, o jovem foi tratado como paciente de dengue.

Dias depois, a jovem também deu entrada no hospital, porém com uma diferença: ela não havia tido deslocamentos ou contato com pessoas de fora, como informou a secretária de Saúde, Elenir Neves, na época.

Três Lagoas registra sete casos suspeitos, um confirmado e a primeira morte pela doença, segundo novo levantamento divulgado pela Secretaria Municipal de Saúde divulgado também na tarde de ontem (18). Três deles estão internados no Hospital Nossa Senhora Auxiliadora em observação. Porém, segundo Maria Angelina Zuque, todos estão fora de risco. “Os três pacientes apresentaram quadro gripal leve e estão aguardando alta”, completou.

Do total de casos suspeitos, quatro são do sexo masculino e três, feminino. Até agora, o Município também descartou quatro notificações, sendo três do sexo masculino e uma do sexo feminino. A faixa etária das vítimas da doença permanece a mesma: de 24 a 30 anos de idade.

Maria Angelina Zuque informou que, por conta de uma mudança nas normas do Ministério da Saúde, todos os pacientes com suspeitas da doença já estão iniciaram o tratamento com o medicamento Tamiflu, indicado para o tratamento contra a gripe A. “Conforme o avanço da doença no País, o Ministério da Saúde vai adotando algumas para controle. A mais recente foi esta alteração nas normas. Agora, assim que constatada a suspeita da doença, o paciente já inicia o tratamento”, explicou. A diretora informou que os dois hospitais de Três Lagoas (Nossa Senhora Auxiliadora e Regional da Unimed) e o Pronto Atendimento Básico (PAB) já receberam o medicamento.

Desde o dia 1º até sexta-feira (14), um total de 1.203 pessoas havia passado pelo Ambulatório da Gripe, implantado ao lado do Pronto Atendimento Básico (PAB). Deste total, 70 passaram pelo exame de Raio-X, 149 foram submetidos ao exame de hemograma e outros 121, ao de uréia. No mesmo período, 106 pacientes chegaram a ficar em observação no PAB e outros 40 encaminhados ao Hospital Nossa Senhora Auxiliadora. Ao todo, 1,4 mil pessoas passaram pelo ambulatório desde a sua implantação, no dia 29 de julho.