Correios doam bicicletas para Penitenciária de TL

As bicicletas antigas utilizadas pelos carteiros serão transformadas em cadeiras de rodas para a população três-lagoense. A medida faz parte de um acordo assinado ontem (21), entre a Agência Estadual do Sistema Penitenciário do Mato Grosso do Sul (Agepen) e a diretoria regional dos Correios e Telégrafos e que prevê o repasse de 328 bicicletas ao Projeto “Liberdade sobre Rodas”, desenvolvido na Penitenciária de Segurança Média, em Três Lagoas.

A doação, conforme informações da Agepen, faz parte de um processo de modernização da frota de bicicletas das agências dos Correios do Estado. Como estão comprando novos veículos, os antigos serão repassados à penitenciária.

Esta é a segunda doação feita pelos Correios, como explica o diretor da unidade penal, Sílvio Rodrigues. “Logo após a implantação do projeto, recebemos uma doação considerável da empresa”, completou.

De acordo com ele, o projeto está em funcionamento desde o ano passado. Por meio de uma parceria entre a Agepen e o Conselho da Comunidade, internos da unidade penal estão transformando bicicletas em cadeiras de rodas para pessoas portadoras de deficiência e sem condições de comprar o equipamento – cujo preço gira em torno de R$ 1 mil. O nome do projeto também é sugestivo, já que traz liberdade, tanto aqueles portadores sem a cadeira, quanto aos internos que nele trabalham. A cada três dias trabalhados corresponde a um dia a menos na prisão.

Pela média – três a quatro bicicletas para uma cadeira confeccionada -, a doação deverá ser revertida em 100 cadeiras de rodas.

De maio do ano passado até hoje, o projeto já recebeu em torno 450 bicicletas, divididas em três lotes de 150. A média de produção da Penitenciária é de até 15 cadeiras de rodas ao mês.

“E, além desta doação [Correios], também temos mais um lote de bicicletas em Campo Grande destinado ao projeto. Até onde fui informado, a Agepen estava providenciando transportes para nos encaminhar”.

Sílvio explica que a distribuição das cadeiras de rodas é feita pelo Conselho da Comunidade, órgão que custeia toda a manutenção do projeto. “Boa parte da produção é destinada ao Conselho, que tem uma lista de pessoas que necessitam do equipamento. Outros 20% da produção ficam para a Penitenciária. Nós também fazemos a distribuição gratuita das cadeiras, seja para familiares dos agentes, quanto dos próprios internos”, completou, Rodrigues.

Atualmente, a oficina do projeto Liberdade sobre Rodas conta com a participação de seis internos. A produção das cadeiras teve de ser adiada temporariamente por conta de um problema técnico em um dos maquinários e também falta de pessoal. “Agora, com os dois problemas solucionados, retomamos com força total. A nossa meta é aumentar o número de internos envolvidos no projeto. Ao menos, retomar o quadro de participantes que tínhamos quando o projeto foi lançado: 12 internos”, destacou.

MACAS

Outra mudança prevista no projeto para este ano é a fabricação não apenas de cadeiras, mas de macas também. Rodrigues explicou que, os internos já fabricaram algumas macas para uso interno da Penitenciária de Segurança Média e para o Presídio Feminino, a título de testes. Mas agora, a unidade penal e o Conselho da Comunidade estudam a possibilidade de também atender o Município com os equipamentos. Para isto, explica, a direção deverá estudar os modelos utilizados nas unidades de saúde e hospitais do Município para ver se as macas por eles produzidas são as mesmas utilizadas pela Saúde. “As nossas macas são simples, não tem encosto reclinável. Além disso, temos que ver também se há interesse nas unidades de saúde”, disse.
Boa parte das bicicletas encaminhada pela Agepen é referente a produtos de apreensão das polícias de todo o Estado. Como, em muitos casos, o proprietário ao menos registra a ocorrência de furto de bicicletas. Os veículos ficam certo tempo sob a custódia das delegacias e depois, com autorização judicial, são destinados ao projeto.