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Três Lagoas

Moradores vivem ilhados em bairro novo

O problema reaparece cada vez que chove. População diz que já cansou de se queixar

Com a chuva que caiu nesta quinta-feira (20), os moradores do bairro Jardim Orquídeas II, principalmente os que residem na Rua Macapá, mais uma vez passam pelo mesmo problema, que já se tornou constante, após a paralisação de obra de pavimentação  realizada pela Prefeitura de Três Lagoas, no início do mês passado. A via se transforma numa lagoa e moradores acabam vivendo ilhados. A situação é tão grave, que ontem, o município teve que encaminhar um caminhão pipa para tentar esgotar a água acumulada em alguns pontos. O conjunto habitacional foi inaugurado pelo Governo do Estado em novembro do ano passado.

Embora a solução seja temporária, a moradora Elizete Ferraz, costureira , disse que não aguenta mais a situação e que é um absurdo essa tentativa. “Não tem cabimento eles mandarem um caminhão pipa. Já imaginou se chover todos os dias, como vão fazer?”, indaga a moradora.

Elizete chama atenção para um problema ainda mais grave, a necessidade de um eventual socorro. “Já imaginou se alguém passa mal? Como chega um resgate aqui? Isso aqui é um verdadeiro descaso. Não adianta a prefeita dar a casa, ela precisa cuidar e ser responsável pelas ruas também. Saímos para trabalhar e ninguém vê a nossa dificuldade. Na hora de pedir voto ela vem. Se ela não fizer nada, como o pessoal do bairro já não aguenta a situação ela não receberá mais nenhum voto. Esse povo fala que vai fazer asfalto, mas a verdade é que não tem nada”.

Ilhados, os moradores alegam que precisam fazer vários contornos e que muitas vezes não há como passar. O encanador, Sebastião de Jesus, diz que toda vez que chove a mudança de caminho torna-se rotina. “Eu tive que para a bicicleta aqui. Não vou entrar nesse rio. Toda vez que chove é a mesma situação”, lamentou.

João Benedito Queiroz, pedreiro e vendedor de pães, conta que desde que começaram a mexer na rua, toda vez que chove é um transtorno. “Olha, de noite isso aqui tava um rio, agora deu uma secada. Ninguém pode sair de casa. Até o coletivo já atolou aqui, isso é frequente. Já que eles não asfaltam logo, que voltem com a terra. Antes de começar a mexer até que era bom, mas agora, nem preciso comentar”.

O secretário de Obras, Getúlio Neves, ressaltou que assim que o tempo estiver bom, uma equipe será enviada para melhorar as condições de trafegabilidade no local. “Por enquanto estamos esperando a liberação de verbas do Governo Federal. Assim que o tempo melhorar, vamos arrumar a rua”.

O Jornal do Povo denunciou o problema há mais de um mês, cerca de duas semanas após a paralisação da obra. Na oportunidade, de acordo com informações da prefeitura, a empreiteira interrompeu os serviços por conta da falta do dinheiro que seria liberado pela Caixa Econômica Federal. Segundo o secretário de Obras, a empresa chegou a gastar R$ 300 mil pelos serviços até então realizados e não havia recebido nenhuma parcela da Caixa.