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Três Lagoas

Jornalista investiga histórias das salas de cinemas de TL

Três Lagoas foi o 28º campo de estudo da jornalista que passou o final de semana no município

“Quero mostrar as salas de cinema de nosso Mato Grosso do Sul. Estas eram as salas dos sonhos da garotada, principal alternativa de diversão nas décadas de 70 e 80 no Estado”, afirmou a jornalista Marinete Pinheiro explicando o sentido do nome de seu livro – “Salas dos Sonhos – Volume II – Memórias dos cinemas de Mato Grosso do Sul”.

Três Lagoas foi o 28º campo de estudo da jornalista que passou o final de semana no município vasculhando toda a história dos cinemas local.  “Já faz uns 40 dias que estou percorrendo as cidades do Mato Grosso do Sul que já possuíram alguma sala cinema”, afirmou Marinete que num primeiro momento, para descobrir as cidades do Estado que possuíam uma sala de cinema, baseou-se num levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 1958. Segundo esse levantamento apenas 19 municípios possuíam cinemas. “No decorrer desses municípios fui constatando que haviam outras salas em cidades que não constavam neste levantamento”, destacou.

Durante seus estudos, Marinete constatou que em Três Lagoas já existiram duas salas de cinema anteriores ao atual Cine Três Lagoas – o Cine Lapa (anexo ao atual Colégio Salesiano) e o Cine Santa Helena (atual Magazine Luiza).Seu trabalho foi baseado em depoimentos de pessoas que assistiram filmes nestas salas e administradores dos cinemas.

Este é o segundo trabalho de Marinete. O primeiro “Salas dos Sonhos: histórias dos cinemas de Campo Grande”, foi produzido em parceria com a jornalista Neide Fischer, já esse último será assinado apenas por Marinete.

A jornalista e escritora esteve na redação do Jornal do Povo na manhã de sábado (22) para falar de seu trabalho. Questionada sobre o significado do nome “Salas dos Sonhos” ela é enfática. “Esse nome é alusivo à professora Maria da Glória Sá Rosa de Campo Grande – a Glorinha – ela sempre disse que as salas de cinemas eram o espaço de sonhos da garotada. Todos que entravam numa dessas salas se conectavam com pessoas que talvez nunca veriam na realidade. Um mundo de sonhos”, relatou.

A jornalista atribui o fim das salas de cinemas de rua à chegada e popularização da televisão. Atualmente sobrevivem no Estado apenas três salas de ruas de cinema, tirando as da Capital, Campo Grande.

Seus trabalhos são amparados pela Fundação de Cultura do Mato Grosso do Sul (FCMS) por meio do Fundo de Investimentos Culturais de Mato Grosso do Sul (FIC-MS). Está previsto para o início do próximo ano o lançamento do segundo volume do “Salas de Sonhos”, neste haverá a história dos cinemas de Três Lagoas.

Entre 2008 e 2009, mais de meio milhão de reais foi investido nestas obras, por meio do FIC. “Já fizemos investimentos na ordem de R$ 545.000, entre apoios e lançamentos de publicações”, afirmou Américo Calheiros, presidente da FCMS.