Veículos de Comunicação

Três Lagoas

Cidade fecha julho com 185 empregos a mais

Depois da crise, Três Lagoas mantém saldo positivo pelo segundo mês consecutivo

Pelo segundo mês consecutivo – após o período de crise – Três Lagoas volta a fechar o mês com saldo positivo de empregos. Dados do Cadastro Geral de Empregos e Desempregos (CAGED), no mês passado, Três Lagoas obteve um índice de 1.238 admissões contra 1.053 demissões, alcançando um saldo de 185 vagas geradas (0,86%).

Foram 83 vagas a mais em relação ao mês de junho, quando Três Lagoas, depois de quatro meses no vermelho, voltou a ter saldos positivos. Naquele mês, o Município teve um total de 1.334 admissões contra 1.032 demissões.

Além disso, o índice foi um dos melhores dos municípios com mais de 30 mil habitantes de Mato Grosso do Sul, passando à frente de Campo Grande e Dourados, que fecharam o mês no vermelho. Na Capital, foram 7.584 contratações contra 7.691 demissões, num saldo negativo de 107 postos de trabalho. Já Dourados teve um índice ainda mais baixo. O mês de julho fechou naquele município com um total de 273 demissões a mais que o número de contratações.

No quantitativo de todos os meses deste ano, Três Lagoas já apresentou melhoras, mas ainda não conseguiu sair do vermelho. Nos sete primeiros meses de 2009, o Município registrou o total de 8.636 admissões contra 9.078 demissões, num saldo negativo de 442. Até junho, o saldo era negativo em 627 demissões a mais.

A “retomada de fôlego” das empresas já refletiu no Centro Integrado de Atendimento ao Trabalhador (Ciat). De acordo com o coordenador da agência pública de emprego, Ivan José Alkmim, os reflexos do fim da crise podem ser analisados por meio do número de vagas captadas. No mês passado, foram 285 vagas oferecidas pelo Ciat. Entre elas 182 para aumento de quadro e apenas 103 de reposição – índice inverso ao registrado nos meses anteriores.

“O que podemos perceber no início deste ano é que todas as empresas optaram por esperar o desfecho desta crise. Com isto, boa parte das vagas captadas até junho era de reposição, funcionários que foram demitidos e precisavam ser repostos. Agora, não. As novas vagas surgiram novamente”.

A previsão de Ivan é que o mês de agosto feche com índices ainda mais elevados. “Desde junho que começamos a sentir as mudanças. É claro que os índices permanecem na média de 50% em relação ao ano passado. Mas aquele ano foi atípico. Agora, o crescimento foi retomado, dentro dos padrões normais”, completou.

No mês de junho, o Ciat colocou 210 pessoas de volta ao mercado de trabalho. Destas vagas, 148 eram de aumento de quadro e o restante (62), reposição. O índice é comemorado pelo coordenador. “É um número bom de colocações. A expectativa para este mês é que fechamos com o mesmo saldo ou até
superior. Apenas na semana passada, uma empresa nos solicitou, de uma só vez, 15 pessoas. Em dois dias, conseguimos as 15”.

Até o início desta semana, a estimativa do Ciat era de cerca de 200 vagas de trabalho abertas. Uma dessas vagas pode ser ocupada pelo operador de máquinas, Ricardo da Silva, 27 anos. Ele foi encontrado pela reportagem quando chegava ao Ciat para responder a uma convocação de entrevista.

“Trabalhava como operador de máquinas. Agora, surgiu uma vaga para tratorista. Vamos ver se vai dar certo”, explicou.

Ricardo conta que não chegou a sentir os efeitos da crise financeira mundial. Ele está desempregado há um mês, aproximadamente, e desde então só não retornou ao trabalho porque as propostas que surgiram não o agradaram.

“Surgiram algumas propostas, mas não deu certo. Entre os motivos havia transporte e questão salarial”. Ricardo é natural de Ouro Verde, mas reside em Três Lagoas há dez anos.

O Centro chega a atender uma média de 200 pessoas ao dia e está em segundo lugar em colocações (inclusão do trabalhador no mercado de trabalho) no Estado.  São mais de 39 mil trabalhadores cadastrados e a expectativa é que o Ciat encerre este ano com o total de 40 mil inscritos, quase a metade da população estimada de Três Lagoas.