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FIBRIA: Nasce a maior fabricante de celulose do mundo

A mudança de nome surgiu a partir da junção da Votorantim com a Aracruz Celulose

A Votorantim Celulose e Papel (VCP) deixou de levar esse nome desde terça-feira (25). A partir de agora todos devem se acostumar com o seu novo nome – Fibria. A nomenclatura vai conduzir o trabalho de fabricação e exportação da maior emprese de celulose do mundo.

A mudança de nome surgiu a partir da junção da Votorantim com a Aracruz Celulose. O mercado deixa de usar os nomes VCP e Aracruz e passa a usar Fibria.

A criação da nova companhia havia sido anunciada em janeiro deste ano. A Votorantim Celulose e Papel (VCP), que já fazia parte do controle, acabou adquirindo mais 28% da Aracruz.

O grupo, controlado pela família Ermírio de Moraes, indicou Carlos Augusto Lira Aguiar, para assumir a presidência executiva da Fibria. Ele dirige a Aracruz desde 1998.

O objetivo é reduzir a dívida, hoje por volta de R$ 12 bilhões, a maior parte acumulada pela Aracruz na exposição às operações com derivativos em 2008, e renegociada pelos bancos credores por um prazo de nove anos.

O grupo Votorantim, que ficará com cerca de 36% do capital total da empresa depois da emissão de ações para incorporação da Aracruz, indicará quatro dos sete conselheiros da empresa. O BNDESPar, que compartilhará o controle até 2014, nomeará outros dois representantes no conselho. O board terá um integrante independente. Até o fim do ano, a empresa ingressará no Novo Mercado da Bovespa.

A intenção do grupo Votorantim é fazer com que a Fibria capture sinergias nas operações combinadas dos negócios superior ao valor presente líquido de R$ 4,5 bilhões anunciados à época da primeira oferta de aquisição das ações dos antigos controladores, em agosto de 2008.

Nos últimos 12 meses encerrados em junho, o fluxo de caixa combinado da Fibria somou R$ 2 bilhões – uma relação de seis vezes seu endividamento. A fabricante passará a contar cada vez com recursos adicionais. A fábrica de Três Lagoas começou a operar no fim de março. "A unidade bateu um recorde mundial. Em apenas três meses, atingiu a capacidade nominal de 1,3 milhão de toneladas, o que acontece historicamente depois dos oito meses", anunciou diretor-geral da Votorantim Industrial, Raul Calfat.

O executivo da Votorantim lembrou ainda dos efeitos da recuperação recente das cotações de celulose no cenário internacional. "Nos últimos meses, os preços subiram US$ 100 por tonelada na Europa", disse. Mas esclareceu que é prematuro ainda fazer um prognóstico sobre o equilíbrio entre oferta e demanda de celulose. "O elemento novo é a desvalorização do dólar nos mercados internacionais", disse.

O câmbio tem ajudado, no entanto, a empresa a reduzir seu endividamento em dólar. Mais de 70% das dívidas estão atreladas à moeda americana, o que poderá ajudar a companhia a reduzir suas obrigações financeiras. "Temos um compromisso de reduzir essa parcela", declarou.

TRÊS LAGOAS

A equipe de reportagem do Jornal do Povo conversou com o gerente de recuperação e utilidades da Fibria em Três Lagoas, Fernando Raasch que reafirmou a consolidação da gigante fabricante e exportadora de celulose.

“Essa negociação já se iniciou há algum tempo, mas sua consolidação foi anunciada para toda a empresa e mercado nesta semana. Agora somos a maior fabricante de celulose de exportação do mundo”, declarou Raasch.

O próximo passo, segundo  o gerente, será firmar esse novo nome no município. Após essa mudança todas as placas indicativas e logomarca da empresa vão ser readequadas. Raasch afirmou ainda que a Fibria conta hoje com sete unidades e cinco escritórios. “Acordamos com a notícia da consolidação e o nascimento de uma nova marca e uma nova empresa”, finalizou.