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Polícia acaba com festa na Vila Haro e mais de 30 são detidos

Operação contra o crime movimentou boa parte dos policiais civis e militares da Cidade

Uma operação conjunta entre policiais civis e militares colocou fim naquela que seria uma “festa promovida pelo crime”, em Três Lagoas. A ação teve início por volta das 15h30 de ontem (1º), em uma casa locada para festas, situado na rua Manoel de Oliveiras Gomes, bairro Vila Haro.

Segundo informações da Polícia Militar, a operação foi desencadeada após denúncia anônima de que no local estaria acontecendo um evento com participação maciça de pessoas ligadas ao crime. Em seguida, policiais do serviço de inteligência  – Serviço Reservado da PM e Delegacia de Investigações Gerais (DIG) – estiveram no local para checar a denúncia. A informação foi confirmada pela polícia.

Minutos depois, foi deflagrada a operação. Distribuídos em cerca de dez viaturas, 30 policiais foram até a casa onde a festa era realizada. No estabelecimento, o cerco policial foi coordenado pelos delegados Ailton Pereira, coordenador da DIG; Rogério Market, titular da 2ª DP, e pelo subcomandante da PM, major Wilson Monari.

A polícia estima que uma média de 40 pessoas participava da reunião no momento em que a operação foi deflagrada, entre elas, mulheres e até crianças.

Ao lado da churrasqueira, os policiais encontraram uma “carreira” de cocaína, pronta para consumo e uma cápsula da mesma droga. A polícia acredita que o entorpecente  – que teria sido introduzida em uma criança, na tentativa de despistar a polícia – seria para consumo dos convidados, na festa.

A maioria dos detidos foi encaminhada à 3ª Delegacia de Polícia para checagem de dados e antecedentes criminais.  Enquanto eram ouvidos, a rua da unidade policial, em frente ao 2º Batalhão da Polícia Militar, foi interditada por viaturas da Polícia Civil e o tráfego foi interrompido por completo.

Segundo informações extra-oficiais, uma parcela considerável dos detidos tinha passagem pela polícia por algum crime, alguns deles também teriam ligação com facções criminosas. A ligação com o crime organizado não foi confirmada pela PM.

Entre os recolhidos à Delegacia para esclarecimentos, estavam seis adolescentes; A maioria deles havia acabado de deixar a Unidade Educacional de Internação (Unei) e estaria em liberdade assistida. Assim como os garotos, em torno de seis detidos – já adultos, faixa etária de 18 a 30 anos – estariam cumprindo pena em regime semi-aberto e outros, seriam foragidos da Justiça com mandados de prisão em aberto. 

A equipe de reportagem acompanhou parte da operação, já na sede da 3ª DP.
 
Por volta das 17h40, cinco mulheres chegaram à Delegacia. Um guincho também teve de ser contratado para transportar as motos e bicicletas recolhidas do local da festa. A polícia estima que tenham sido recolhidas em torno de cinco motocicletas, três bicicletas e quatro carros para a checagem de dados.

A FESTA

Até o fechamento desta edição, a polícia não havia divulgado o motivo da festa realizada pelo grupo. Informações extra-oficiais apontam que o incidente teria ligação com um atentado realizado na tarde de segunda-feira (31), contra a residência de um policial militar. A informação também não havia sido confirmada pela PM até o fechamento desta edição. No entanto, a polícia trabalha com a possibilidade de que um dos suspeitos detidos na operação seja o autor dos disparos. “Todas as informações repassadas agora serão precoces. Primeiro temos de ouvir todas as pessoas envolvidas”, disse um policial que participou da operação.

A polícia estimava que o trabalho só terminaria por volta das 23 horas de ontem. Até o início da noite, ainda havia pessoas na casa alugada para a festa e a Perícia da Polícia Civil se encontrava no local para levantamento de provas. A previsão é que o balanço final da operação seja divulgado hoje (2), em coletiva realizada à Imprensa. Todas as crianças encontradas no local – em torno de sete – foram encaminhadas ao Conselho Tutelar.