Apesar de uma tímida retomada na concessão de crédito para as pessoas físicas, os bancos brasileiros estão "inundados" de dinheiro como nunca, com sobra de recursos no curto prazo de R$ 444 bilhões. Para impedir que a taxa básica de juros caia abaixo dos níveis desejados, o Banco Central tem enxugado a liquidez empoçada por meio de empréstimos que toma do mercado nas chamadas operações compromissadas.
O excesso de liquidez se deve principalmente à política de compra de reservas internacionais no mercado interno de câmbio. Ao comprar dólares no Brasil, o BC entrega reais ao mercado. Esses reais podem ser retirados também por meio da emissão de títulos públicos do Tesouro Nacional. Acontece que desde meados de 2008 o Tesouro está atuando no sentido contrário e realizando resgate líquido desses titulos, o que acaba ajudando a ampliar a liquidez do curto prazo. Também a liberação dos empréstimos compulsórios a partir de outubro, em um total de R$ 100 bilhões estimados pelo mercado, contribuiu para aumentar a liquidez decorrente da política de compra de reservas do BC.