Veículos de Comunicação

Três Lagoas

Feira de rendas e bordados do Ceará termina no próximo domingo

Na feira podem ser encontradas peças que vão de R$ 4 à R$ 3,2 mil

Termina no próximo domingo (27) a Feira de Bordados e Rendas do Ceará. A mostra começou no dia cinco de setembro e já percorreu várias cidades do país. Trata-se de uma grande oportunidade para os consumidores terem acesso à cultura e artesanato nordestino. Entre toalhas de bandeja, mesa, vestuário, além de uma infinidade de produtos e cores, tudo que é vendido na feira é 80% artesanal. As rendas trazem os tempos do Brasil Colonial e fazem sucesso também no exterior. O evento mostra o trabalho da Associação dos Artesãos Padre Cícero, entidade que viaja o Brasil divulgando a cultura nordestina.

Todo material exposto é confeccionado pela entidade que conta com mil associados. O grupo de aproximadamente 12 pessoas já percorreu os Estados do Paraná, São Paulo, Minas Gerais e atualmente está em Mato Grosso do Sul, já passou pelas cidades de Campo Grande, Dourados e Maracaju e daqui segue para Mato Grosso.

Entre os trabalhos que estão sendo vendidos está a toalha renascença. Peça de maior valor. Segundo o artesão, coordenador da feira e também presidente da associação, Brizola Ximenes de Mesquita, as peças são únicas e o artesanato cearense é um dos mais bonitos do Brasil.

“A toalha renascença, que é a peça considerada top de linha da exposição demora quase dois anos para ser confeccionada. Tudo é artesanal e feito a mão.Ela [toalha] custa R$ 3,2 mil. Imagine esse valor sendo divido mensamelnte, depois diariamente, e por fim, divida isso em horas. Quanto não sobra para o artesão”, indaga.

Segundo o artesão, no Brasil as pessoas não valorizam o trabalho e a falta de incentivo pode acabar com essa cultura. “O nosso trabalho é uma prova de amor ao Nordeste. Nosso maior medo é que isso acabe. Quem tem peças como estas, em breve terá uma raridade.  Isso já está acabando no Ceará”.

Quem visitar a feira ainda poderá conferir diversos tecidos, bordados e pontos como labirinto, file, renda de bilro, ponto cruz, ponto cheio, crivo. Entre as peças estão redes, mantas, toalhas, pano de bandeja, batas, camisolas, cangas. “Quando as pessoas não vão ao Ceará, o ceará vem até aqui. Trazemos um orgulho que não é só do ceará, é para todos nos brasileiros. Está é uma maneira de divulgar o trabalho e a cultura”, enfatiza.

O trabalho da associação apresenta resultados há 28 anos.

 “Não existe um valor para as peças. Cada ponto é como se fosse um fio de cabelo. Cada toalha, cada bata, cada peça é uma família que deixa de pedir. Hoje nossa associação tem 28 anos, e tem mil associados. Trabalhamos com comissão e vamos levando. Nossa cultura é muito frágil, as pessoas não agregam valor a arte do trabalho e aos poucos a cultura vai se empobrecendo. O bom é ver que com mil famílias associadas beneficiamos outras milhares de pessoas. Este é um trabalho de amor, e as vendas em cada cidade alimentam esse trabalho”.

Para Carla Pereira Mariano, que visita a feira de produtos cearenses pela primeira vez tudo encanta os olhos. “Vim influenciada pela minha mãe. Na casa dela tem algumas peças. Gosto de tudo que vejo, são trabalhadas. Vou comprar algumas”, disse.

A feira acontece todos os dias, das 9h às 20h.