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Três Lagoas

Aeromodelismo: A paixão por voar com os pés no chão

O esporte que surgiu na década de 70 no Brasil conquistou muita gente e em 1990 conquistou três-lagoenses

Ele é médico, mas também poderia ser piloto de avião. Voa há 12 anos motivado por um sonho de infância. Longe do stress do hospital e da Clínica onde atua, Douglas Henry Borges encontra no aeromodelismo energia para quebrar a rotina de trabalho e em algumas horas relaxar do cansaço cotidiano.

O médico cresceu cercado por pilotos. “Eu cresci dentro de aviões. Meus tios eram pilotos. Eu sonhava ter a mesma profissão e também ser médico. Fiz Medicina e nunca tive tempo de tirar meu brevê. Acabei realizando o sonho de infância no aeromodelismo, isso diminui a minha sensação de frustração”.

A brincadeira de gente grande é vista como uma extensão da paixão por voar.

Segundo o médico, quando está no aeroporto praticando o hobby, é como se estivesse pilotando um avião de verdade. “Aqui temos uma vantagem.
Podemos fazer as manobras mais malucas do mundo com a segurança de não prejudicar ninguém. É um vôo real, com um pouco mais de dificuldades, pois quando ele [o aeromodelo] está indo é tranquilo, quando volta que é o problema, já que a direção é invertida. A direita do avião é a minha esquerda”, explica.

O médico conta que levou uma semana para aprender a pilotar. “A média é de 30 a 60 dias. O importante é sempre ter um instrutor, pois a presença dele é fundamental. O meu primeiro modelo foi um treinador Stick, básico. Paguei R$ 1,4 mil na época. Hoje, por mais incrível que pareça a média de preço é a mesma. Aos poucos fui comprando outros, vendia um e comprava um melhor”.

Uma semana antes de começar a 2ª Festa (Festival Treslagoense de Aeromodelismo), que irá acontecer nos dias 26 e 27 de setembro, Douglas já estava preparando o aeromodelo para o show. “Estou ocupando a casa do zelador do prédio que está vazia. Trouxe o Fabrício para montar o meu avião”.

O médico nunca competiu e confessa que quando vê acrobacias mirabolantes acredita que além de prática, a desenvoltura do piloto seja um dom. “Eu vejo e fico impressionado. Não importa o que eu faça, nunca chego próximo ao que eles fazem. Acredito que alguns já nasceram com o dom. Eu não tenho tempo de ficar montando. Meu negocio mesmo é pilotar”.

O sábado é sagrado para o médico que diz ter uma rotina. “Quando chega o sábado vou para o hospital e fico torcendo para fazer sol à tarde. Saio de casa às 14h e retorno ao escurecer. Por final de semana piloto aproximadamente três horas”.
 
AEROMODELISMO EM TRÊS LAGOAS

O hobby chegou a Cidade na década de 90. Os precursores da nova paixão foram o  delegado Frank Corpa, Pedro Pedrossian Filho e Guilherme Alves Garcia. Frank além de praticar era apaixonado pela construção dos aeromodelos. Em 1998 eles fundaram a Associação Três Lagoense de Aeromodelismo. A primeira pista foi construída pelo grupo na saída para Brasilândia, mas foi desativada em 2007, devido a construção do alojamento da VCP.

A primeira festa aconteceu no ano passado e reuniu mais de 1,5 mil pessoas. Este ano o evento promete trazer Fábio Borges/Aero (Franca), Batatinha/Aero (Rio Claro), Adriano Neto/Heli (Itu), Alexandre Marconi/Heli (Araçatuba), Manoel Dias/Jato (Curitiba), Luciano Tachelli/Jato (Campinas), além de show de paraquedismo e vôos panorâmicos.