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Três Lagoas

Conferência de Educação no Trânsito debate novas atitudes

De janeiro a julho deste ano aconteceram 790 acidentes. Seis óbitos foram registrados

Conscientizar, discutir e encontrar soluções para melhoria do trânsito em Três Lagoas foram alguns dos objetivos da 1ª Conferência de Educação no Trânsito, que reuniu durante todo o dia de ontem mais de 400 pessoas no auditório da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS).

Com uma programação extensa, diversos estudantes e representantes da sociedade participaram do ciclo de palestras. Para a presidente do Conselho Comunitário de Segurança. Maria Auxiliadora Garcia Martins, o intuito do trabalhado durante toda a semana é a sensibilizar e a orientar as pessoas com relação às obrigações no trânsito. “Falar todo mundo fala. Nós precisamos de resultados. As pessoas devem entender que as vidas precisam ser poupadas. Acidentes causam prejuízos e danos não apenas a pessoa que é vítima. Quando algo acontece todo um sistema é movimentado. Estamos trabalhando para que todos se conscientizem de que essa realidade pode ser mudada através da prevenção, principalmente com relação a bicicletas e motos que são os principais envolvidos”.

Como a Cidade registra graves acidentes envolvendo condutores de motocicletas e bicicletas, o foco principal da Conferência foi voltada aos condutores de bicicleta. De acordo com a chefe Municipal de Segurança no Trânsito, em Ilha Solteira, Juliana Lacerda Ferreira, a cidade teve que passar por uma série de mudanças para que a realidade local fosse transformada. “Por mês tínhamos uma média de cinco, seis acidentes. Hoje esse número fica em um por mês. É uma queda considerável e isso mostra o resultado de um trabalho que vem sendo desenvolvido desde 2001”, explica.

O trabalho a que Juliana se refere é o emplacamento obrigatório das bicicletas.
 
“O emplacamento é gratuito. Temos oito mil bicicletas catalogadas. Começamos essa tarefa porque em uma pesquisa descobrimos que 75% das pessoas usavam a bicicleta para trabalhar e muitos desses acidentes aconteciam durante o trajeto”.

Quando questionada sobre a viabilidade de implantar um projeto semelhante em Três Lagoas, que a população três vezes maior, Juliana foi enfática. “O projeto é viável, independente do tamanho da cidade. Se ele [projeto] for implantado deverá ser mantido, pois se por algum motivo para, acaba perdendo credibilidade. Se formos pensar na questão de custos, cada emplacamento custa R$ 10. Mas é muito melhor mobilizar funcionários para trabalhar emplacando bicicletas, por exemplo, do que movimentar  todo um sistema devido aos acidentes. Proporcionalmente os custos são menores”.

Ela explica que quando uma infração é cometida a bicicleta é aprendida e só pode ser retirada com o pagamento de multa. “Calculamos a multa baseados na Unidade Fiscal do Município (UFM). Geralmente é cobrado 10%. Mas quando fiscalizamos e quem conduz  e comete infração não é o dono da a multa fica no valor real de um UFM inteiro e pode chegar ao equivalente á R$ 70”.

Para complementar a auação e conscientização, ainda é realizado um trabalho ainda nas escolas para que os alunos levem também as informações aos pais.

Além da medida para regularizar o trânsito de bicicletas, a Mobilidade e Acessibilidade também foram assuntos discutidos. Para a presidente do Conselho Estadual de Trânsito (CETRAN), Regina Maria Duarte, as cidades de todo o Estado ainda não estão adaptadas para atender as necessidades. “Muita gente tem mobilidade restrita. O planejamento urbano das cidades está começando a mudar agora. As calçadas, prédios públicos, tudo deve ser acessível e adequado para que estas pessoas possam partilhar e serem realmente inclusas. Hoje existe um forte trabalho na mídia para divulgar e conscientizar sobre esta questão”.

O major Paulo Rogério de Carvalho Silva, diz que outra solução aditiva para a redução de acidente de trânsito envolvendo bicicleta á a implantação do Plano de Ação para Redução de Acidentes (PARA). “Nosso objetivo é demonstrar que a obediência às leis de trânsito por si reduz acidentes. É um trabalho de consciência coletiva. O resultado vem com o tempo, desde que seja trabalhado continuamente”.