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INSEGURANÇA: Investimentos em baixa, violência em alta

Atualmente 70% dos crimes de furto e roubo ocorridos na Cidade não são solucionados

Os investimentos em segurança pública não estão conseguindo acompanhar a “explosão” da violência. Dados da Polícia Civil apontam um aumento assustador dos crimes ocorridos no Município nos últimos quatro anos e coloca 2008 como aquele que pode ser o marco do início de anos de aumento da violência.

Para os órgãos de Segurança Pública, o aumento da criminalidade, que em alguns casos, como roubo, representa mais de 171%, está diretamente ligado ao crescimento da Cidade.

Conforme o levantamento, nos anos de 2005 e 2006, foram registrados em torno de 1,4 mil crimes de furto. Já no ano de 2007, houve um aumento de 400 casos (1.871 mil ocorrências foram registradas). Mas o pico foi em 2008, quando as estatísticas saltaram de 1,8 mil furtos para 2.758 casos, o equivalente a um aumento de 47,5%. E os dados preliminares apontam que os índices não pretendem baixar: até o primeiro semestre deste ano, foram 1.179 furtos registrados.

A situação ainda é mais grave nos casos de roubos (assaltos). As estatísticas apontam um aumento de mais de 171% entre 2007 e 2008. Em 2005, a polícia registrou 182 assaltos. O número reduziu no ano seguinte, 155. Já em 2007, houve um novo aumento, 293 casos. Porém, em 2008, 794 crimes de roubos foram registrados na Cidade (171% de aumento). O índice equivale a uma média de dois assaltos por dia na Cidade, média que prevaleceu neste ano.

Até junho, foram 365 casos registrados nas Delegacias da Polícia Civil.

Os casos de homicídio também tiveram um aumento assustador com o passar dos anos. Nos anos de 2005 e 2006, foram registrados 19 e 22 assassinatos, respectivamente. Já o ano de 2007 foi marcado por uma queda de mais de 50%: dez pessoas morreram. Porém, o decréscimo durou pouco tempo. Em 2008, o número de homicídios assustou a população. No ano passado, 28 pessoas foram assassinadas, o equivalente a um aumento de 120% em relação ao ano anterior. E neste ano, o quadro é ainda mais grave. Em nove meses, já foram registrados 35 assassinatos.

Embora a explosão da violência esteja ligada ao período de construção do complexo industrial das fábricas de papel e celulose, as Polícias sempre descartaram a participação dos trabalhadores de outras localidades como culpadas ou autores do aumento da criminalidade. Em todas as prisões realizadas, ficou constatado que a maior parte dos crimes foi praticada por pessoas, que há anos residem na Cidade ou que aqui nasceram.

Em entrevista concedida ao Jornal do Povo, na semana retrasada, no especial “Entrevistado da Semana”, o delegado Regional, Vitor José Fernandes Lopes, já relacionava o crescimento da criminalidade ao alto consumo de drogas. A hipótese também pode ser comprovada por meio dos dados. No ano passado, a polícia realizou o total de 362 apreensões de drogas (uso e tráfico). O índice é mais que o dobro dos registros de 2007: 139 casos, dez casos a menos do índice registrado apenas no primeiro semestre deste ano. Até junho, foram registrados 126 casos envolvendo tráfico e consumo de drogas no Município.