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Três Lagoas

Frota de veículos aumentou 11,4%

Trêslagoense começa sentir impactos do crescimento no trânsito; a Cidade tem congestionamento

O trêslagoense terá de deixar de lado antigos costumes e se adaptar caso queira sobreviver no trânsito da Cidade. Conforme dados do Setor de Estatísticas do Departamento de Trânsito de Mato Grosso do Sul (Detran-MS), até agosto deste ano, o Município contava com uma frota de 42.755 veículos. O índice, que já neste mês teve um acréscimo de quase dois mil veículos – dados da 6ª Agência Regional de Trânsito apontam que em setembro a frota já atingia um total de 44 mil – corresponde a um aumento de 11,4% em relação ao mesmo período do ano anterior. Hoje, a cada dois três-lagoenses, um conta com um veículo na garagem.

Em 2008, 38.375 veículos circulavam pelas ruas. Entre os veículos que tiveram mais aumento nos últimos 12 meses, estão: utilitários, que teve um aumento de 52%, passando de 75 veículos (2008), para 114, neste ano. Em segundo lugar, ficaram os microônibus, com um total de 85 veículos, 15 a mais em relação ao ano anterior (21% de aumento). As motonetas (modelos como a Biz, por exemplo) ficaram em terceiro lugar, com um crescimento de 18% da frota (passando de 3.006 para 3.561). Em seguida, também estão as caminhonetes, cujo aumento foi de 17%. Até agosto do ano passado, 528 caminhonetes circulavam na Cidade, hoje o número passou para 620. As motos e os carros tiveram um aumento de 14% e 10%, respectivamente. Em um ano, a Cidade passou de 11.739 para 13.409 motocicletas e de 16.941 para 18.597 carros.

O crescimento da frota refletiu diretamente no comportamento no trânsito. Muitos deles já foram percebidos pelos motoristas, como é o caso de Rafael Francisco de Souza, 25 anos. O auxiliar administrativo conta que dirige há seis anos, porém há um ano e meio começou a sentir as mudanças no trânsito. “A situação pirou ainda mais nos últimos seis meses. O trânsito ficou muito mais intenso. Principalmente para quem mora ‘do outro lado’ da linha. Para lá, há duas principais vias, a avenida Clodoaldo Garcia e a rua João Dantas Filgueiras, e esta é a pior. É uma rua estreita é o trânsito é violento nos horários de pico”, disse.

Segundo Souza, nos horários de entrada e saída no trabalho e também horário de almoço o trânsito fica congestionado. “O movimento, principalmente nestas duas vias, é impressionante. No semáforo da João Dantas, por exemplo, nestes horários de pico, é impossível atravessar sem ter de parar duas vezes antes”.

O auxiliar administrativo relaciona o grande fluxo de veículos também ao processo de agilização do trânsito, que está mais rápido. “Atrasados por conta do trânsito conturbado, os motoristas tendem a andar mais rápido quando podem para não chegarem atrasado no trabalho. Além disso, também há os apressadinhos”, completou.

 

 

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FIM DOS MAUS COSTUMES
Para o comandante do 2º Batalhão da Polícia Militar, tenente coronel Washington Geraldo de Oliveira, o três-lagoense terá de abandonar os maus costumes se quiser sobreviver no trânsito atual. “São costumes não justificados, como dois motoristas pararem no meio da rua para conversar, filas duplas e até triplas, isto é inaceitável”, disse.
O oficial liga o crescimento da frota de veículos da Cidade, e em consequência, a desordem no trânsito ao processo de evolução de bicicletas para motocicletas. “O que aconteceu em Três Lagoas foi que os ciclistas evoluíram para moto, no entanto, os costumes são os mesmos. O ciclista, hoje, não respeita o código de trânsito, e os outros condutores aprenderam que ele é prioridade, o que é errado. Por isto, os motociclistas são as maiores vítimas e autores de acidentes”, completou.
Assim como o auxiliar administrativo, o comandante também informou que o trânsito está mais rápido. Este processo foi ocasionado pela vinda de pessoas de outras localidades, como grandes centros, já acostumadas a andar em velocidades mais altas. “É a corrida do ouro. Precisa ser rápido, mas não se tem infra-estrutura para isto”.
O comandante explicou que, em breve, o Município terá de rever a trafegabilidade da Cidade. Uma das medidas que serão necessárias será a viabilização de vias rápidas. “Logo, teremos de ter vias rápidas nas principais avenidas. Hoje, as calçadas e os canteiros são muito largos e terão de ser reduzidos. Mas, acredito, que este não será um trabalho para apenas uma administração, nem quer dizer que é culpa da atual”.
Outra medida defendida é o término do estacionamento 45º. Geraldo explicou que o tipo de estacionamento – implantado há três anos, aproximadamente, para reduzir o problema de falta de vagas na área central – além de aumentar os riscos de acidentes, por conta da dificuldade de visibilidade, também ocupa espaço que poderia ser destinado a uma nova via. “Com exceção das avenidas, que também não são tão largas assim, as ruas são muito estreitas. E mesmo com o estacionamento 45º, o problema de falta de vagas persiste. O ideal seria a implantação de uma zona azul”.

SEMANA NACIONAL
Ontem (25), encerrou em Três Lagoas as atividades relacionadas à Semana Nacional de Trânsito. O foco da mobilização deste ano foi o ciclista. Autoridades ligadas ao trânsito e Segurança Pública se reuniram para estudar a possível implantação do sistema de emplacamentos de bicicletas, projeto já em funcionamento no município de Ilha Solteira (SP). O assunto foi debatido na 1ª Conferência de Educação no Trânsito, realizada na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e promovida pelo Conselho Comunitário de Segurança. Durante a semana, também foram discutidos temas como educação no trânsito, mobilidade e acessibilidade.