Sobre os ciclistas

Muito se tem falado sobre o comportamento abusivo dos ciclistas em Três Lagoas. É muito interessante este olhar, numa cidade como a nossa onde o veículo principal de transporte é a bicicleta, ela só pode chamar a atenção mesmo.
Mas deveríamos analisar que, com o crescimento da cidade, o número de veículos e motocicletas aumentaram, o trânsito só foi se organizando para esse tipo de veículo, com exceções das duas ciclovias que foram construídas na tentativa de dar uma maior segurança aos ciclistas.
Parece que a intenção é colocar os ciclistas como verdadeiros vilões do trânsito, como se os carros e as motos estivessem sendo guiados por anjos, anjos estes que dirigem perfeitamente, harmoniosamente seus carros celestiais pelo paraíso Treslagoensse.
Ora bolas, autoridades e jornalistas da minha cidade, sou ciclista e deficiente física, estou nas ruas desta cidade todos os dias, vou e volto do meu trabalho de bicicleta, dependo dela para andar. E nunca fechei os olhos para os abusos cometidos por todo tipo de pessoa, seja de carro, moto, bicicleta ou pedestre.
Convido os donos das reportagens e as Autoridades da Cidade que construíram a ciclovia na Av. Filinto Muller a andar de bicicleta pelo menos um mês no horário considerado de pico e em dias de chuvas nesta nossa cidade, para vermos os anjos de motoristas que temos.
Convido vocês a pararem no semáforo da Av. Clodoaldo Garcia em frente a Justiça do Trabalho em dias de chuvas ou horário de pico, parem junto dos carros, e veja se eles respeitam você ao sinal abrir, estejam de roupa branca por favor.
Penso que se as bicicletas são em maior número em nossa cidade, porque até hoje só se privilegia os carros no trânsito?
Por que quem tem carro tem dinheiro? Carro é poder? Se carro é poder, então ele tem que ter livre acesso para circular, neste caso então vamos tirar fora os vilões que “atrapalham” a circulação do nosso poder, não importa que eles sejam em maior quantidade, o que importa é que nós somos maiores.
Como disse, vejo abusos de todos os lados, mas penso que se houvesse interesse das autoridades, não deveríamos estar passando por isso agora e defendo mais uma vez, a cidade deveria ter sido preparada em primeiro lugar para os ciclistas, pois são em maior número e não nos colocar como os bandidos nesta história.
O convite está feito, vamos pedalar um pouco pelas ruas desta cidade, vamos ser cadeirantes, gestante, idosos por uns dias e vamos entrevistar os ciclistas para saber o que eles passam no cotidiano do Trânsito, vamos conhecer o outro lado da História, saiam um pouco dos seus confortáveis carros celestiais.