Veículos de Comunicação

Opinião

Inovação impulsiona qualidade e segurança no mercado de alimentos

Para o setor agroindustrial e a indústria de alimentos, aspectos relacionados a qualidade e segurança do produto (food safety) são por demais importantes na decisão do consumo. Portanto, o consumidor influencia o processo inovativo porque leva as empresas a buscar soluções para o atendimento das novas exigências.
O processo inovativo no setor de alimentos tem início na identificação das características de qualidade como aspectos microbiológicos, nutricionais e sensoriais.
A partir dessa caracterização, os avanços tecnológicos podem ser mapeados por meio de ferramentas como a rastreabilidade, os processos de conservação não convencionais e os métodos rápidos de análise com ênfase crítica em novas tecnologias. A inovação e o monitoramento do processo ajudam a garantir a qualidade e a segurança dos alimentos.
A indústria de alimentos estimula inovações em toda a cadeia agroalimentar, desde a produção da matéria-prima na agricultura ao fornecimento de aditivos, o setor de embalagens, de distribuição atacadista e varejista e as indústrias de bens de capital.
Como uma indústria intermediária, ela não apenas identifica as mudanças nos perfis de consumo e a elas se adapta, mas também transmite tais mudanças para os seus fornecedores.
Assim, a identificação do padrão industrial e dos determinantes da inovação tecnológica em empresas alimentares são úteis para entender o processo inovador dentro da indústria de alimentos e em outras indústrias relacionadas.
As principais inovações ligadas ao mercado de alimentos estão nas áreas de insumos e ingredientes, biotecnologia, equipamentos e embalagens. Na área de pós-colheita de produtos vegetais, nota-se um aumento significativo dos vegetais minimamente processados prontos para consumo e em pequenas porções.
Atualmente, as embalagens primárias (diretamente ligadas aos produtos) são um dos principais alvos das áreas de pesquisa e desenvolvimento, uma vez que podem prolongar a vida útil dos produtos, impedindo sua recontaminação após processos de conservação, ou ainda, servindo de barreira a umidade, oxigênio e outros agentes que modificam a qualidade nutricional e sensorial.
É aí que a nanotecnologia apresenta grande potencial. Um exemplo são as pesquisas que buscam soluções para a liberação controlada de defensivos e de nutrientes para a planta que deverão ter impacto na qualidade da produção agrícola.
Outro exemplo são as embalagens inteligentes criadas com recursos nanotecnológicos. Elas podem conter agentes antioxidantes, antimicrobianos e antifúngicos ou indicar ao consumidor que o produto não está mais em condições de consumo, ser mecanicamente mais forte e termicamente mais adequadas ou ainda ser comestível e biodegradável.
A inovação tecnológica na agroindústria e na indústria de alimentos caminha a passos largos para atender a demanda de mercado e o consumidor tem lucrado com a oferta de produtos mais seguros e de melhor qualidade.

Antonio Gomes Soares é doutor em Ciência de Alimentos, pesquisador da Embrapa Agroindústria de Alimentos & Lourdes Maria Corrêa Cabral é doutora em Engenharia Química, pesquisadora da Embrapa Agroindústria de Alimentos