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Três Lagoas

Moradores fazem manifestação contra falta de àgua

Há quase dois meses sem água, moradores protestam em frente à empresa de Saneamento Básico

Depois de quase dois meses convivendo com o dilema da falta de água, moradores do bairro Chácara Imperial se reuniram na manhã de ontem para cobrarem providências da empresa de Saneamento Básico de Mato Grosso do Sul.

O Jornal do Povo divulgou o problema pela primeira vez no dia 29 de agosto, desde então, a população vem sofrendo com a inconstância no abastecimento de água. Na época a Sanesul alegou que o problema seria resolvido em no máximo 15 dias.

Cansados de esperar por uma resolução que fosse além da entrega de água por meio dos caminhões pipa, aproximadamente 15 moradores, acompanhados do vereador Jorge Martinho, se reuniram na sede da Sanesul, em Três Lagoas, para ouvirem explicações e soluções para o problema.

Munidos de faixas que pediam o fim do problema, os moradores também apresentaram várias contas pagas e ressaltaram a falta de dignidade que têm passado. “Eu tenho quatro filhos, as pessoas não têm idéia do que acontece em uma casa que não tem água. É louça suja, roupa suja, as crianças sujas. Ninguém pode tomar banho. Ontem tive que ir à casa da minha mãe, no Jardim Oiti, para pegar três garrafas de água, pois nem para beber nós tínhamos. Enquanto isso o relógio não para de rodar e as contas não param de chegar”, desabafou a moradora Lucimeire dos Santos Corrêa.

Laurinete Bezerra, reclama da água enviada pelo caminhão pipa. “Eles deixam a gente muito tempo sem água. Mandam um caminhão para 200 casas e o pior, a água que vem não podemos beber, pois vem com terra”, dispara a moradora.

Hellen Cerqueira de Souza, mãe de Ana Carolina, também relata o drama causado pela ausência de abastecimento. “Em um tempo de tanta modernidade chega ser estranho passarmos por um problema assim. A água que eles mandam é tão ruim que minha filha teve diarréia e até infecção intestinal. Eles mandam aquele caminhão, mas isso não resolve nada. Abastecem algumas casas, demoram muito e se acabar, acabou. Não mandam mais. Eu não acredito no que foi dito hoje, pois eles sempre falam e não resolvem nada. Está uma calamidade, é vergonhoso”.

Os moradores reunidos na manifestação são de várias ruas. Embora a Sanesul alegue que o problema aconteça apenas em uma rua, que fica na parte mais alta do bairro, denominada Monarquia, os moradores ressaltam que o problema afeta todo o bairro. “São quatro ruas, todas faltam água. Eu moro na rua República, mas também falta na rua Democracia. Falta em todas”, disse Hellen.

Para o vereador, Jorge Martinho, o caso já deveria ter sido resolvido. “Vim acompanhá-los e sugerir à empresa que mandem água potável à população. Pelo que os moradores contam, a água que chega do caminhão pipa não serve para consumo. Também vamos verificar a possibilidade da redução nas contas de água, pois eles estão pagando por algo que não usufruem. As pessoas não podem ficar sem água”, alerta.

MEDIDAS

O gerente regional da Sanesul, Júlio Sepa Bobadilha, disse que o problema infelizmente não pode ser resolvido da noite para o dia. Questionado pelos moradores sobre a promessa de resolução do problema em 15 dias, o gerente respondeu que não é fácil retirar ar dos canos. “Não é da noite para o dia. Isso não é rápido. Não queremos dar medidas paliativas, é preciso resolver o problema. Nosso desafio maior era solucionar o caso na última rua, pois temos água suficiente, o que falta é pressão e é isso que estamos resolvendo”.

Para solucionar de vez o problema, a Sanesul adquiriu um equipamento, denominado “Booster”, que está sendo instalado no Conjunto Habitacional Chácara Imperial “É um equipamento de bombeamento na rede, com a finalidade de aumentar a velocidade e a pressão da água”, resumiu. “Esta não é uma medida decisiva e a solução para dar maior estabilidade ao sistema de fornecimento de água”, observou.

Júlio garantiu que no máximo até a noite o problema seria resolvido. “Nós vamos solucionar o problema hoje [ontem], a tarde, no mais tardar, no começo da noite”.

Sobre a questão das contas de água que têm sido enviadas Julio disse que a população será ressarcida. “Quem se sentir prejudicado deve procurar o escritório da Sanesul, vamos fazer a retificação da conta”.

O gerente finalizou dizendo que desconhece o problema da água enviada pelo caminhão. “A água sai daqui limpa e tratada. É água potável”.