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Três Lagoas

Funcionário da Fibria continua desaparecido

Carro da vítima pode ter sido visto na fronteira do Brasil com a Bolívia, segundo seguradora

Depois de 30 dias sem notícias, o desespero da família do jovem Altieri Cardoso Neves, 25 anos, aumenta. O desaparecimento do operador de caldeiras da empresa Fibria completou um mês na quarta-feira passada (14) e até agora, a polícia não tem pistas do paradeiro dele. De acordo com a mãe do rapaz, Alci Passos Neves, 45 anos, a família já não sabe mais o que fazer. “Somos da Bahia, chegamos quatro dias após o desaparecimento. Desde então, vou a polícia todos os dias em busca de informações sobre meu filho. Mas nada. Eles só me falam que estão investigando e que tem pistas, mais nada”.

A mãe conta que desde o seu desaparecimento, apenas um fato novo surgiu. O carro de Altieri –  um gol prata, modelo 2008, placas JRD-4518, de Eunápolis, Bahia –  teria sido visto cruzando a fronteira com a Bolívia no dia 28 do mês passado. A informação foi levada à dona Alci por meio da seguradora do veículo. “Fiquei sabendo disso no começo da semana [passada]. Depois disto, fomos até a polícia para repassar a informação. Eles ficaram de entrar em contato com a polícia de lá”, disse.

Porém, ainda não há informações sobre o paradeiro do rapaz. A família também pregou cartazes pela Cidade, com a foto e um telefone (9240-4093), mas este ainda não tocou.

Enquanto a ligação não chega, os pais de Altieri, com a ajuda de vizinhos, passam boa parte do dia realizando buscas pela Cidade e região. Dona Alci e Valdivino Cardoso, 50 anos, pai de Altieri, percorrem, diariamente, toda a Cidade e propriedades rurais da região em busca do filho desaparecido. “Chegamos a percorrer cidades da região. Tenho esperanças de encontrar meu filho vivo. Peço a Deus todos os dias”, disse.

A mãe do operador de caldeiras conta que os dias dela em Três Lagoas se baseiam em buscas, idas à polícia e choro. “Passo 24 horas chorando. É uma dor inexplicável não saber onde meu filho está. Ele é um menino bom, trabalhador, ajudava a família. Confesso que estou bastante debilitada, não consigo comer e só estou dormindo com a ajuda de medicamentos”.
O caso de Altieri é um dos mais intrigantes registrados pela Polícia Civil. O rapaz é natural de Eunápolis, interior da Bahia. Estava em Três Lagoas há um ano e meio, a trabalho, e desapareceu na noite do dia 14 de setembro.

Na última vez que foi visto, Altieri saia para abastecer o carro e buscar um lanche. Na mesma noite, uma ligação perdida com o número do celular dele foi registrada no celular de uma amiga e um amigo também viu o carro de Altieri na rua. O veículo fora visto em alta velocidade em uma rua lateral ao Recinto de Exposições. Em seguida, entrou na avenida Ranulpho Marques Leal, sentido Cristo. “O amigo dele viu que tinha quatro pessoas dentro do carro, mas nenhuma delas era o meu filho”, completou a mãe de Altieri.

Com o início das investigações, a polícia conseguiu apurar três saques na conta dele. Dois deles no dia seguinte ao desaparecimento, no valor de R$ 500 cada, e R$ 450 na quarta-feira (16). “Já me disseram para eu retornar para a Bahia. Mas não vou. Só saio desta cidade com o meu filho”, disparou.

O caso de Altieri foi registrado na 3ª Delegacia de Polícia e conta com o apoio da Delegacia de Investigações Gerais (Dig) nas investigações.