Três Lagoas tem 127 crianças e jovens na desaparecidos

Nos registros da Polícia Civil consta que, de 2005 até primeiro semestre deste ano, foi registrado um total de 127 boletins de ocorrência de desaparecimento de crianças e adolescentes. De acordo com o Delegado Regional, Vitor José Fernandes Lopes, o levantamento foi feito recentemente e enviado à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Desaparecidos.
Pelo levantamento, é possível ver a evolução dos casos com o passar dos anos. Em 2005, foram registrados dez casos. Já no ano seguinte, 11, e depois de 2007, a média vem sendo acima de 25 desaparecimentos de crianças e adolescentes ao ano: 2007 (26), 2008 (28) e 15, neste ano.
No entanto, para o Delegado Regional, o número pode estar fora da realidade. “Em muitos destes casos, a criança e ou o adolescente já retornaram para casa e a família não comunicou o fato à Polícia. O que nos gera um grande problema. Quando há registros de desaparecidos, todas as Delegacias são informadas e o caso fica em aberto”, explicou.
Segundo o delegado, em casos de desaparecimentos, é lavrado o Boletim de Ocorrência e o caso é lançado no sistema de informações da Polícia Civil. Nele, são inclusos o maior número de informações possíveis, como fotos, descrições físicas, das roupas que a pessoa usava antes de desaparecer e cicatrizes, marcas de nascença ou tatuagens.
No entanto, o desaparecimento não é visto pelo Código Penal como um crime, mas sim, um fato atípico. “A polícia age para tentar localizar o desaparecido. Quando há informações sobre o possível paradeiro, ou um possível crime, também fazemos o trabalho de checagem. Mas o leque de possibilidades é muito grande, desde fuga a casos de sequestros, roubos, homicídios e outros”, disse.