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Três Lagoas

Economista afirma que é o momento de ?investir e estocar?

O Brasil foi um dos últimos países a entrar em recessão e um dos primeiros a apresentar sinais de recuperação

“É hora de investir e estocar”. Este foi o tom da palestra proferida pela professora de Economia da Fundação Getúlio Vargas, Fátima Toledo, para cerca de 50 empresários, no salão de convenções do Hotel OT. Eles participaram do  Seminário de Eficiência Energética, promovido pela Elektro em parceria com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Durante toda manhã de ontem (5) eles discutiram a situação econômica brasileira, as condições de fornecimento de energia e a eficiência energética na gestão industrial.

Fátima Toledo abordou em sua palestra as perspectivas econômicas brasileiras no pós crise. Segundo ela, a situação econômica no Brasil é confortável e as tendências são positivas para o próximo ano. “O cenário para 2010 é promessa de consumo. As tendências já denotam um mercado mais aquecido. As pessoas estarão com poder de compra. E é por isso que os empresários precisam começar a preparação”.

A professora alega que em 2007 e 2008 houve uma retração e a demanda estava reprimida. “Temos um encontro de interesses entre quem compra e quem vende. As pessoas estão ganhando mais, consequentemente a vontade de consumir aumenta, além do que é esperada uma estabilidade na taxa de juros. A maioria quer trocar carro, celular, geladeira e é isso que influencia diretamente o aquecimento”.

Fátima também explica que não é apenas no momento de crise que as empresas precisam se organizar. “Mais do que no período de crise, os bons momentos são essenciais para planejar e acompanhar o mercado. Quando o processo vai bem, a economia vai bem. O ideal é aproveitar para crescer junto. No começo não imaginávamos que iríamos sair da crise com um saldo positivo. É bem provável que o PIB [Produto Interno Bruto] seja positivo e feche em 0,5%”.

Ela também falou sobre a inflação e como o governo interfere no poder de compra dos Brasileiros. “A inflação é um jeito de dizer que o preço geral está aumentando. Essa é a forma do governo entrar na economia. Ele interfere nos juros e compra quem pagar mais. Nos Estados Unidos a situação é diferente, lá eles mexem nos impostos. Nós trabalhamos com âncora monetária, se há alteração aumenta se, ou diminui se a taxa de juros”.

Para 2010 a espera é de consumidores com um poder aquisitivo maior. “As pessoas terão um pouco mais de dinheiro e facilidades no crédito. A crise afetou o país em um momento de ascensão, por isso ele foi um dos últimos a entrar em recessão e um dos primeiros a apresentar sinais de melhora. Prova de que o Brasil vive um momento de solidez financeira”, afirma.

Tudo isso reflete no crescimento. O Brasil cresceu mais no consumo de bens duráveis e a política interna foi uma das grandes responsáveis. “Desde 2007 estão acelerando. Ficamos longos anos sem investir em infraestrutura, e estamos passando por um momento onde será necessário mudar, para que todo esse crescimento tenha acompanhamento. Para tanto, algumas transformações precisam acontecer, entre elas a reforma tributária”.

Presente no evento, o gerente administrativo da Avanti, Nelson Ubirajara Tupy, ressaltou as perspectivas de crescimento para o próximo ano. “O seminário trabalhou as expectativas da indústria e mostrou como as empresas devem se preparar para acompanhar o crescimento e como a energia é fundamental nesse aspecto. Várias decisões podem ser baseadas nas informações que tivemos aqui. Foi um momento onde pudemos discutir e esclarecer algumas questões que mexem diretamente na economia da empresa. Se o crescimento não acelera, a gente não trabalha. Nossa empresa é moderna e está sempre investindo. Temos uma política a seguir e não podemos parar”.