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Cineasta prevê fim do mundo em "2012"

Filme que traz imagens do Cristo Redentor destruído estreia sexta

O planeta Terra literalmente racha, engolindo prédios, casas e pessoas. Ondas gigantes devastam as cidades, arrastando e destruindo tudo o que encontram pela frente. Esse é o cenário criado pelo cineasta alemão Roland Emmerich em “2012”, filme que estreia nesta sexta-feira (13) nos cinemas brasileiros.

O tema não é novo para Emmerich, que tem em seu currículo longas como “O dia depois de amanhã” (2004) e “Independence day” (1996). O primeiro mostra uma interrupção climática de proporções absurdas que destrói o mundo. O segundo trata de uma invasão alienígena que ameaça banir a raça humana do planeta.

Para este “2012”, o cineasta queria manter o tom catastrófico, mas com um foco novo. E escolheu misturar lendas em torno do calendário maia, que termina em seu 13º ciclo, no dia 21 de dezembro de 2012, e a história bíblica da Arca de Noé, quando o planeta passou por um dilúvio e Noé ficou responsável por construir um barco e salvar as espécies que dariam sequência à vida.

O filme começa com a descoberta bombástica de um cientista na Índia: a temperatura do interior do planeta está subindo mais e mais, numa velocidade acima do normal. Ele avisa ao amigo norte-americano Adrian Helmsley (Chiwetel Ejiofor), que leva o caso à Casa Branca. Os Estados Unidos começam, então, a se preparar para a grande catástrofe, que, no entanto, chega bem antes que o previsto.

Paralelo a isso, está o escritor de ficção científica Jackson Curtis (John Cusack), que leva os filhos para acampar e descobre que algo está errado quando encontra o lago do parque seco e a área cercada pelo Exército. É em Yellowstone que ele conhece Charlie Frost (Woody Harrelson), um aparente maluco, que faz transmissões de rádio anunciando o iminente fim do mundo.

Quando a detruição generalizada começa, Curtis corre com os dois filhos ao encontro da ex-mulher (Amanda Peet) e faz de tudo para tirá-los, mais o atual marido dela, de Los Angeles. As sequências da cidade sendo destruída são longas, intensas e capazes de fazer com que o espectador enfrente, cara a cara, seus maiores pesadelos (quem nunca sonhou que estava sendo engolido por uma onda gigante, que não conseguia correr com velocidade suficiente para fugir de algo ou que estava despencando em queda livre em um precipício?).

O Brasil é um dos países citados no filme, no momento em que o caos atinge o mundo todo. Na TV, imagens mostram o Cristo Redentor desmoronando em pedaços sobre a Guanabara.

Emmerich, que já disse que gosta mesmo é de entreter plateias, soube não apenas fazer mágica com os efeitos especiais, mas reunir um elenco de atores reconhecidos. Além de Cusack, de Amanda Peet e de Harrelson, conta ainda com Thandie Newton, Danny Glover e Oliver Platt. E um orçamento estimado em US$ 260 milhões.

O problema de tudo são aqueles princípios heróicos que norteiam os filmes hollywoodianos, quando um presidente, um bombeiro, um astronauta ou mesmo um “zé ninguém” se sacrifica pelo bem da nação, com frases e postura de mártir que transformam o que podia ser uma grande aventura em uma reunião de clichês melodramáticos e constrangedores.