Donos de pequenas chácaras, na orla da Terceira Lagoa, estão preocupados com a elevação do nível das águas, que vem crescendo nos últimos meses, por falta de escoamento natural para a Segunda Lagoa.
O fenômeno, que agora se repete com proporções menores, aconteceu em 1998, quando as águas da Lagoa chegaram a invadir até as construções, provocando a morte de animais domésticos, árvores frutíferas e outras plantações. Na época, a solução encontrada foi a instalação de uma tubulação de concreto, ligando a Terceira à Segunda Lagoa. Por falta de manutenção, têm ocorrido entupimentos na tubulação de concreto, o que impede o escoamento das águas excedentes.
Na Segunda Lagoas, o nível das águas continua normal, apesar das fortes chuvas que caíram sobre a Cidade, no período de 6 a 8 deste mês.
Segundo Osvaldo Salvador Grossi, proprietário do rancho Beija-Flor, às margens da Terceira Lagoa, a água já passa por cima da base do alambrado, que limita sua propriedade da área pública. O mesmo problema vem ocorrendo nas demais quatro chácaras vizinhas à sua.
“Quando vim para cá, em 1984, o limite, acima de 10 metros da margem da Lagoa, era totalmente seco e a água da nascente nunca alterava o nível das águas. O problema já aconteceu há uns 10 anos atrás e foi feito uma vazão de tubulação para a Segunda Lagoa. Agora estamos voltando a ter o mesmo problema”, disse. “As chuvas agravam o problema, mas não é só isso, porque há mais de um mês o nível da água vem subindo”, mostrou.
“A tubulação deve estar entupida”, sugeriu. Osvaldo informou que tentou entrar em contato com o diretor do Departamento de Obras e Serviços (DOS), Agamenon Alves de Oliveira, para expor o problema, mas não havia conseguido.
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PROBLEMA AMBIENTAL
Por sua vez, Agamenon informou que a questão das três Lagoas é atribuição da Secretaria Municipal de Meio Ambiente. “Já estive lá para falar com o senhor Osvaldo, mas não o encontrei em casa”, disse Agamenon. “Se houver necessidade de algum reparo ou execução de algum serviço, a gente faz, mas depende de autorização da Secretaria de Meio Ambiente. Não cabe à gente avaliar se existe ou não problema”, comentou.
O secretário de Meio Ambiente, Cristovam Lages Canela, por telefone, informou que sua equipe estará visitando a Terceira Lagoa para ver de perto o que está ocorrendo.
“Temos que examinar a situação. Mas se as águas estão invadindo algo está errado e precisa ser corrigido”, comentou. Segundo Cristóvam Canela, a maior fonte natural está na Terceira Lagoa e a vazão das águas era por via natural, através dos varjões para a Segunda Lagoa e desta para a Primeira Lagoa. “Infelizmente, as construções e o crescimento urbano acabaram impedindo a vazão natural das águas de uma lagoa para a outra, como acontecia antigamente”, observou.
A degradação ambiental deverá ser contida, graças a um mega-projeto urbanístico de restauração e interligação das lagoas. Algumas das obras desse projeto já estão em andamento. Enquanto isso, a vazão das águas da Terceira Lagoa é através de tubulação de concreto em nível para a Segunda Lagoa. Por sua vez, o nível das águas da Segunda Lagoa é controlado pela Prefeitura, que mandou instalar, há anos, um sistema de bombeamento para a Lagoa Maior.
Não está comprovado, mas há quem afirme que, se a Terceira Lagoa secar, as demais também serão prejudicadas e acabariam também secando, o que seria uma irreparável perda ambiental.
