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Lula, o filme, abre Festival de Brasília

A sessão de abertura aconteceu na noite de terça, 17 de novembro, com a exibição só para convidados

Começou a 42ª edição do mais antigo festival de cinema do Brasil, o Festival de Brasília do Cinema Brasileiro.

A sessão de abertura aconteceu na noite de terça, 17 de novembro, com a exibição só para convidados de “Lula, o Filho do Brasil”, dirigido por Fábio Barreto. O filme atraiu muito mais gente do que o usual para o Teatro Nacional Claudio Santoro. Políticos e funcionários públicos baixaram em peso. A equipe de produção e o elenco do filme, incluindo Glória Pires e sua filha Cleo Pires, quase ficaram sem assento.

Depois de esgotados os acentos, as escadas foram se entupindo e as laterais foram tomadas por pessoas que, sem cadeira e nem chão, encostavam-se nas paredes para conferir o filme, de 128 minutos, em pé mesmo.

 

Entre os convidados, que diferente dos outros anos não abriram mão dos convites recebidos, muitos jornalistas (alguns setorizados em política e que nunca escreveram sobre cinema), políticos e atores globais.

Com todo o bafafá que vem causado por ter seu lançamento agendado para o ano eleitoral, o filme conta a história de Lula antes de chegar ao poder.

O presidente Lula não pode comparecer, mas mandou Dona Marisa para representá-lo, poupando-se do constrangimento de ver sua história reproduzida como melodrama de duas horas e oito minutos de duração.

 

Na programação, uma apresentação da Orquestra Sinfônica de Brasília regida pelo maestro Ira Levi. Asa Branca, a primeira música da noite, foi anunciada como composição de Luiz Gonzaga, sem nenhuma menção a Humberto Teixeira, ainda que a filha do compositor, a atriz Denise Dumont estivesse na platéia como convidada do Festival.

Confirmando a tendência do ano passado, o número de documentários selecionados para a mostra competitiva de longas é bem maior do que a de obras ficcionais. Os quatro concorrentes documentais são “A Falta que Me Faz”, de Marília Rocha, sobre as adolescentes da Cordilheira do Espinhaço; “Filhos de João, Adorável Mundo Baiano”, de Henrique Dantas, sobre a MPB dos anos 60 e 70; “Perdão Mister Fiel”, de Jorge Oliveira, sobre a morte do operário comunista Manoel Fiel Filho, na ditadura militar, e “Quebradeiras”, de Evaldo Mocarzel, sobre as quebradeiras de coco de babaçu.

A ficção vem representada pelos filmes “É Proibido Fumar”, de Anna Muylaert com Glória Pires e Paulo Miklos, e “O Homem Mau Dorme Bem”, de Geraldo Moraes, com Luiz Carlos Vasconcelos.

 

Se os documentários são maioria entre os longas, o mesmo não acontece na seleção de curtas 35mm. Entre os títulos estão as ficções “A Noite Por Testemunha”, de Bruno Torres; “Água Viva”, de Raul Maciel; “Amigos Bizarros do Ricardinho”, de Augusto Canani; “Azul”, de Eric Laurence; “Carreto”, de Marilia Hughes e Cláudio Marques; “Dias de Greve”, de Adirley Queirós; “Homem-Bomba”, de Tarcísio Lara Puiati; “Recife Frio”, de Kleber Mendonça Filho, e “Verdadeiro ou Falso”, de Jimi Figueiredo.

Os curtas de não-ficção são “Ave Maria ou Mãe dos Sertanejos”, de Camilo Cavalcante; “Bailão”, de Marcelo Caetano, e “Faço de Mim o Que Quero”, de Sérgio Oliveira e Petrônio de Lorena.

Além dos filmes de 35mm, há ainda os selecionados na Mostra Competitiva Digital e na Mostra Brasília Digital. Oficinas e seminários também acontecem paralelamente.

 

A cerimônia de encerramento do Festival acontece dia 24 de novembro, com a premiação dos vencedores no Cine Brasília e a exibição do curta-metragem “Brasília, Capital do Século”, de Gerson Tavares, filmado em 1959, e o longa “Brasília, a Última Utopia”, produzido por José Pereira e divido em seis episódios: “Paisagem Natural”, de Vladimir Carvalho; “O Sinal de Cruz”, de Pedro Jorge de Castro; “A Capital dos Brasis”, de Geraldo Moraes; “A Volta de Chico Candango”, de Roberto Pires; “Além do Cinema do Além”, de Pedro Anísio; e “Suíte Brasília”, de Moacir de Oliveira.