Veículos de Comunicação

Três Lagoas

Alunos do Senai rumo à Olimpíada do Conhecimento

Sete jovens do Centro de Formação ?José Paulo Rímoli? buscam a conquista para seguir na competição

Ansiedade e empolgação tomaram conta do embarque dos sete alunos do Senai – Centro de Formação “José Paulo Rimoli” na tarde de ontem (24). Rumo a Capital para participar das competições, além das malas, eles levaram a bagagem mais importante, o peso intelectual que cada um carrega para defender a permanência e o sucesso nas Olimpíadas do Conhecimento.

Três Lagoas é uma das cindo unidades do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) que participa da etapa estadual da olimpíada. O evento começa hoje e termina na sexta-feira (27). Campo Grande, Dourados, Corumbá e Naviraí também mandaram representantes. No total são 44 participantes, seguindo para trocar conhecimentos em oito áreas diferentes, sendo elas: Confecção de roupas, Segurança no Trabalho ( duas únicas modalidade que Três Lagoas não participa), Tecnologia da Informação, Tornearia Mecânica, Eletricidade Industrial, Eletricidade Predial, Mecânica de Automóvies e Mecânica de Manutenção.

Sete alunos representam a Cidade em cinco áreas: Pedro Secco Schein, 16, e Thiago Soares Junqueira, 17 (ambos da área de Tecnologia da Informação), Wesley Ramos de Souza, 19 e Willian Marçal de Oliveira, também 19 anos (ambos da área de Tornearia Mecânica), Leybson de Souza Miranda, 19 anos (Eletricidade Predial), Eliel Jeronimo Martins Ribeiro, 17 (Eletricista Industrial) e  Natiele Cecília da Silva Bastos, 20 anos (Mecânica de Manutenção).

Entre os sete representantes está Natiele, que atua na área de Mecânica de Manutenção, ela conta que é a única menina da turma e lamenta sofrer com a discriminação dos colegas, mas afirma que nada pode a fazer desistir do que gosta. “Muitas vezes dou várias lições nos garotos. Sou a única menina da sala. Eles não me dão muita credibilidade, mas eu sigo firme. Sempre gostei dessa área e não são esses comentários que me derrubam”, enfatiza.

A jovem conta que saiu do emprego para participar da olimpíada. “Quando cheguei a tornearia que estava trabalhando até antes da competição, meu antigo patrão insinuou que eu não seria capaz. Claro que não gostei do que ele disse, mas isso foi um incentivo a mais para persistir e mostrar que sou boa no que faço”.

Natieli diz que optou por sair do emprego e seguir a preparação para a olimpíada. “Eu tinha que escolher. Como eles [empresa] não podiam me manter e deixar que eu viesse para a preparação decidi abandonar o trabalho. Eu espero ter outras oportunidades e sair vitoriosa. Todo mundo tem uma chance, inclusive eu. Já perguntei para meus amigos que foram o ano passado como funciona e creio que estou preparada”.

O coordenador de equipe das Olimpíadas Mauro Arantes explica que os alunos não passaram por provas para fazer parte da equipe que ira competir. “Os candidatos foram escolhidos pelos professores. O que delimitou quem seria veio durante as aulas, com o desempenho mostrado pelos alunos”.

Para participar da Olimpíada é preciso ter até 20 anos e ser aluno (ou egresso) dos cursos técnicos ou de aprendizagem do Senai (com carga horária de no mínimo 400 horas/aula).

O coordenador destaca a oportunidade. “Serão três dias de competição. A cada dia, os alunos terão que cumprir uma etapa, em que serão avaliadas as habilidades técnicas dos alunos, o que eles já sabem fazer. Essa é uma oportunidade que eles tem de seguir em frente e lutar pela etapa Nacional e porque não da Mundial, que acontece em Londres”.

Sobre as expectativas Mauro destaca que são as melhores possíveis. “Nunca estivemso tão preparados como agora. Temos estrutura e material para trabalhar, o que nos ajuda a melhorar a qualidade do ensino em todas as áreas”.

OPORTUNIDADE E EXPERIÊNCIA

Dos sete alunos que seguiram para Campo Grande, dois são veteranos e foram classificados no ano passado em segundo e terceiro lugares, respectivamente, Willian e Leybson. Ambos garantem que por já terem participado no ano passado, o psicológico está pronto. “Nós levamos vantagens sobre eles. Imagina a pressão dos outros competidores ao saber que ano passado competimos. Acredito que isso ajude a manter o nosso controle psicológico e abale o dos concorrentes”, enfatiza Leybson.

Willian, classificado em segundo lugar na Olimpíada passada trabalha como inspetor de qualidade em uma empresa, ele garante que foi graças aos estudos que conseguiu crescer. “Trabalho há um ano e cinco meses na Metalfrio. Comecei como auxiliar de produção e hoje sou inspetor de qualidade.
Sei que isso é fruto do estudo e das horas que passo aqui. No ano passado competi e fiquei em segundo lugar. Esse ano creio que esteja mais preparado. É uma grande chance”.

As intenções de Willian vão além das Olimpíadas. “Quero fazer engenharia. Me qualificar cada vez mais. São nesses eventos fora que conseguimos ter uma visão externa de como tudo funciona. É uma experiência única e uma troca de conhecimentos”.

Há dois meses os alunos estão treinando. Eles recebem uma prova modelo, baseada na que é aplicada durante a Olimpíada.