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Três Lagoas

Fibria confirma multa ambiental por acidente

Empresa foi punida por conta da poluição do ar da Cidade, que ocorreu no dia 28 de setembro

Ontem, a Fibria (antiga Votorantim Celulose e Papel – VCP), por meio de sua assessoria de imprensa, confirmou a multa de R$ 270 mil aplicada pelo Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul) e que vai ter que investir cerca de R$ 4 milhões para compensar o acidente ambiental que ocorreu na Cidade, no dia 28 de setembro deste ano. Na edição do dia 13 de novembro do Jornal do Povo, por meio de reportagem da jornalista Renata Prandini, divulgou com exclusividade o resultado da fiscalização, após o vazamento de gás no complexo industrial.

A empresa, por meio do assessor de imprensa Celso Sartori, bem como por meio da agência FSB Comunicações – Assessoria de Imprensa e Comunicação Integrada,  confirmaram as informações divulgadas pelo jornal e os investimentos que serão feitos para compensar o dano ambiental que atingiu toda a área urbana da Cidade, provocando pânico em boa parte da população.

De acordo com a fiscal ambiental e responsável pelo Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul), Délia Villamayor Javorka, o auto de infração e às notificações contra a fábrica de celulose foi emitido no dia 29 do mês outubro. De acordo com a fiscalização, foram realizadas 660 ligações da população para o Corpo de Bombeiros em três horas; 210 ligações para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), sete atendimentos de pessoas adultas realizados nos postos de saúde e pronto socorro de Três Lagoas, sendo um deles encaminhado para o Hospital Nossa Senhora Auxiliadora, e a suspensão das aulas e fechamento da escola municipal do Parque São Carlos.

Délia reconhece que o valor da multa de R$ 270 mil foi baixo, mas explica que o importante é o comprometimento da empresa em compensar o dano com ações mitigatórias. A Fibria foi obrigada a cumprir quatro exigências do Imasul, entre elas, a implantação do Programa Preventivo de Segurança Comunitária.
O projeto prevê a equipagem e capacitação de representantes de setores de meio ambiente, segurança pública, saúde e industrial. O programa consiste em qualificar membros do Corpo de Bombeiros, Samu, Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama), Imasul, Defesa Civil e empresas que fazem parte do Plano de Ajuda Mutua (PAM) para lidar com acidentes ambientais semelhantes ao que ocorreu.

Além do programa, a Fibria também terá de implantar uma estação de monitoramento da qualidade do ar em Três Lagoas. A estação, cujo custo pode variar de R$ 3 a R$ 4 milhões, visa fornecer, via internet, análises dos gases presentes na atmosfera. Pela estação, o Imasul terá acesso online da qualidade do ar, identificando o tipo e a quantidade de gases presentes.

Fibria é multada em R$ 70 mil

No mesmo dia do acidente ambiental, a unidade da Fibria em Três Lagoas foi autuada por lançamento de resíduos em aterro inapropriado. A fiscal ambiental e responsável pelo Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul), Délia Villamayor Javorka, explicou que o novo acidente ocorreu logo após a ocorrência do mau cheiro.

Por um problema no aterro de resíduos inertes, a Fibria lançou os resíduos sólidos em uma vala diferente, não apropriada. “A medida não foi totalmente errada. Não houve danos ambientais. A falha da empresa foi, novamente, não ter comunicado os órgãos ambientais do incidente e também a demora para corrigí-lo”. Além da multa, estipulada em R$ 70 mil, a Fibria terá de estabilizar as vias e as taludes (bordas) dos aterros.