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Mãe de transexual brasileira pivô de escândalo vai à Itália e pede justiça

Recentemente, Brenda protagonizou um escândalo sexual que levou à renúncia do governador de Lazio, Piero Marrazzo

Azeneta Mendes Paes, mãe de uma transexual brasileira conhecido como Brenda, visitou o apartamento onde a filha foi encontrada morta em Roma e pediu "justiça e a verdade" na investigação, informa nesta segunda-feira o jornal italiano "Corriere della Sera".

Recentemente, Brenda protagonizou um escândalo sexual que levou à renúncia do governador de Lazio, Piero Marrazzo.

Investigadores afirmaram que, em um primeiro momento, analisam as possibilidades de suicídio ou acidente, segundo a imprensa italiana. Segundo os jornais, investigadores dizem acreditar que o transexual morreu em decorrência de asfixia por inalar uma grande quantidade de fumaça. Na entrada do apartamento, teria sido encontrada uma bolsa de viagem com uma substância capaz de gerar combustão lenta.

Paes visitou o local ao lado de dois advogados e uma tia de Brenda. Ela fez orações no apartamento, onde deixou um ramalhete de flores brancas.

Logo depois, ela foi ao apartamento de uma colega de Brenda, a transexual China, que pediu aos fotógrafos que a "deixassem orar em paz".

Paes foi ainda ao necrotério onde está o corpo de Brenda. Visivelmente abalada, ela foi acompanhada por advogados e por alguns amigos de Brenda. Ela deixou o local sem dar declarações e subiu a bordo de um carro preto que estava à espera na entrada do Instituto de Medicina Legal.

Um dos advogados de Paes afirmou que a família aguarda a aprovação dos dos médicos legistas para o repatriamento do corpo para enterro no Brasil.

"Os resultados dos exames histológicos e toxicológicos ainda não estão prontos. Hoje vamos falar com os médicos para saber quando eles vão ser o seu aval", disse Nicodemo Gentile, um dos advogados da família de Brenda.

Segundo os advogados, citados pelo jornal, ela "quer justiça e verdade". Eles disseram que Paes "não tem ideia do que aconteceu com Brenda."

Escândalo

O escândalo envolvendo Marrazzo foi noticiado no final de outubro, depois da detenção de quatro carabinieri (policiais italianos) que queriam chantagear o político, exigindo R$ 80 mil (cerca de R$ 200 mil) em troca de um vídeo em que ele aparecia com a transexual.

Em interrogatório, ele admitiu que havia consumido cocaína e pagado a transexuais.

Marrazzo renunciou ao cargo após o escândalo. "Condições pessoais de sofrimento extremo não tornam mais úteis para os cidadãos de Lazio minha permanência. Comunico minha renúncia definitiva e irrevogável ao cargo de governador da região", disse ele em uma carta.

A transexual Brenda foi interrogada em 2 de novembro para se esclarecer se Marrazzo havia de fato sido chantageado. Os carabinieri alegavam que o político teria lhes oferecido dinheiro por iniciativa própria, após saber que tinha sido flagrado em situação comprometedora.