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Três Lagoas fecha o mês de novembro sem homicídios

Levantamento mostra que número de homicídios reduziu a partir do 2º semestre

Embora com os índices de assalto voltando a aumentar, Três Lagoas teve motivos para comemorar o encerramento do mês passado. Novembro foi o único mês do ano em que não houve registro de homicídios no Município. Segundo dados estatísticos levantados pela reportagem – e confirmados pela Polícia Civil -, depois de um primeiro semestre bastante conturbado, com mais de duas mortes por semana, o número de assassinatos começou a reduzir gradativamente. Passando de seis casos em janeiro, por exemplo, para apenas dois em outubro.

De janeiro a dezembro deste ano, foram registrados 37 homicídios (um deles duplo homicídio) em Três Lagoas – dez mortes a mais foram registradas se comparado a todo período de 2008. Os casos mais recentes aconteceram nos dias 3 e 6 de outubro, ambos homicídios seguidos de suicídios. O primeiro caso foi o da adolescente de 14 anos, assassinada com um tiro nas costas pelo próprio tio, Adão Matias Provenzano, 40 anos, que se matou em seguida. O crime mobilizou boa parte dos moradores do bairro São Carlos, onde a família residia.

Realidade bastante diferente do começo deste ano. Nos seis primeiros meses do ano, a polícia chegou a registrar a média de um homicídio a cada sete dias: janeiro (sete crimes); fevereiro (três), março (cinco), abril (seis), maio (quatro), junho (três).

No segundo semestre, os índices reduziram novamente – julho fechou com dois crimes,  tiveram um leve aumento, quatro crimes em agosto, mas caíram novamente. O mês de setembro fechou com um homicídio e outubro, com dois.

De acordo com o delegado Regional, Vitor José Fernandes Lopes, não há um motivo especifico que possa justificar a redução dos homicídios. “É difícil traçar apenas uma causa para a redução. Os crimes de homicídio podem ter várias causas, maioria deles de ordem passional, ou brigas, difíceis de prever. Agora, o índice de criminalidade influencia diretamente no número daqueles crimes de execução de dívidas e outros”.

O delegado não descarta a possibilidade de que a redução no número de homicídios seja reflexo da queda da criminalidade como um todo. De acordo com ele, desde que as operações em parceria com a Polícia Militar e outras ações foram desenvolvidas na Cidade o número de crimes (roubo, furto, tráfico de drogas e outros) reduziu consideravelmente e, como consequência, também pode ter prevenido novas mortes. “Muitos foram presos quando nós [Polícia Civil e Polícia Militar] realizamos aquelas operações de combate ao crime. Entre eles, haviam membros do crime organizado e pessoas fortes no mundo do tráfico. Isto pode ter influenciado naqueles crimes ligados a este mundo, por exemplo. Entretanto, independente do motivo, espera-se que permaneça assim por muito tempo”, destacou.

PERFIL

Segundo levantamento do Jornal do Povo, das vítimas de homicídio deste ano, quase 50% não tinha completado 25 anos de vida – 16 adolescentes entre 15 a 24 anos foram assassinados neste ano.

A brutalidade em que os crimes foram praticados também assusta. Neste ano, ao menos dez pessoas foram executadas em Três Lagoas. A Polícia também registrou quatro crimes de latrocínio (matar para roubar), quatro por brigas e seis crimes passionais e dentro do ambiente familiar.

Do total de homicídios registrados neste ano, a estimativa é que pouco mais de 20 já tenha sido solucionado. Nos casos em que houve prisão, os jovens também prevalecem. Até pouco tempo, ao menos 14 adolescentes de 15 a 25 anos incompletos foram presos acusados de envolvimento com homicídios.