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Polêmica

Prefeito critica radares e engenheiro do Dnit diz que prefeitura tem poder para retirá-los

Radares instalados na avenida Ranulpho Marques Leal são alvo de reclamações devido a quantidade de multas registradas

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Não é de hoje que motoristas que trafegam pela avenida Ranulpho Marques Leal, perímetro urbano da BR-262, no cruzamento com a rua Egídio Thomé, entre os bairros Jardim Alvorada e Vila Alegre, reclamam que foram multados. O mesmo ocorre no cruzamento das avenidas Ranulpho Marques Leal com a Capitão Olyntho Mancini. Nesses dois cruzamentos estão instalados radares nos dois sistemas de semáforos. Os equipamentos eletrônicos que registram a velocidade dos veículos que trafegam pelo local são de responsabilidade do Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (Dnit), enquanto que os semáforos, da prefeitura.

Na semana passada, durante audiência pública para se debater a necessidade de duplicação da BR-262, o prefeito de Três Lagoas, Ângelo Guerreiro (PSDB), usou a tribuna da Câmara para tecer duras críticas ao Dnit, órgão responsável pela manutenção e sinalização da rodovia, que inclui extenso trecho da avenida Ranulpho Marques Leal. Segundo o prefeito, existe um descaso do Dnit que não mantem esse trecho da rodovia em boas condições. “Nós temos uma ciclovia na Ranulpho Marques Leal, cheia de buracos, vergonhosa. Nós temos que ajoelhar perante o Dnit para colocarmos um semáforo, mas nós temos duas lombadas eletrônicas [radares], que são fábricas de multa”, disse o prefeito que foi aplaudido pelos presentes na audiência pública.

O engenheiro do Dnit em Três Lagoas, por sua vez, Milton Rocha Marinho, disse em entrevista ao Grupo RCN de Comunicação, que o prefeito é a autoridade máxima da cidade, tendo poder para solicitar a retirada dos radares que estão instalados nos semáforos da prefeitura. “É muito simples, é só o prefeito fazer um ofício solicitando a retirada e na hora a gente atende, não tem problema nenhum, porque onde os radares estão ancorados a jurisdição é dele. Logicamente que assume o ônus pelos acidentes que possam acontecer”, declarou Marinho.

Os radares foram instalados nesses cruzamentos em 2015 diante da quantidade de acidentes registrados nesses cruzamentos. A instalação dos dispositivos de segurança atendeu a pedido do Ministério Público Federal para a tomada de providências diante do número de acidentes, inclusive, com mortes nesse trecho da rodovia. A instalação ocorreu em acordo entre prefeitura, Dnit, PRF e MPF.

De acordo com Marinho, depois da instalação dos radares houve uma redução considerável do número de acidentes. “De 2007 a 2014, esse trecho da Ranulpho Marques Leal, conforme estatísticas da PRF, foi considerado o ponto mais crítico da BR-262 com mortes e acidentes. Era chamado o ponto negro da rodovia, desde o Espírito Santo a Corumbá. A PRF chegou a registrar 784 boletins de ocorrências de acidentes nesse trecho em um ano. E depois dos equipamentos, isso acabou”, disse Marinho.

Os radares detectam avanço de sinal e o limite de velocidade que é de 40 quilômetros por hora. Os motoristas aceleram na passagem do semáforo para aproveitar o sinal verde e ultrapassam a velocidade permitida. 

Segundo Marinho, o grande problema em retirar esses equipamentos são os acidentes voltarem a acontecer. Como por exemplo, segundo ele, na BR-158, próximo a ponte do rio Sucuriú, onde o radar foi retirado e acidentes voltaram a ser registrados.

MANUTENÇÃO

Em relação a manutenção da avenida Ranulpho Marques Leal, Marinho disse que não é verdade que esse trecho está esburacado. Disse que o Dnit tem feito reparo e limpeza da via, a qual será beneficiada também com a restauração da rodovia no trecho de Três Lagoas até a região do Mutum, logo após Água Clara. As obras chegaram a ser iniciadas, mas devido ao rompimento do contrato, foram paralisadas. Nova licitação foi aberta para contratar outra empresa para retomar os serviços. Marinho adiantou que o projeto prevê obras de drenagem na Ranulpho Marques Leal e o alargamento da pista com acostamento da rodovia nas proximidades do Posto Real. 

Confira a reportagem abaixo: