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Três Lagoas

DAM encerra investigação de suposto sequestro após resultado negativo de abuso sexual

Para o delegado, as imagens mostraram fatos totalmente diferentes dos que a criança contou

Em imagens de câmeras de segurança, a criança foi vista voltando a pé para casa, sorrindo e tranquila. - Divulgação
Em imagens de câmeras de segurança, a criança foi vista voltando a pé para casa, sorrindo e tranquila. - Divulgação

A Polícia Civil por meio da Delegacia de Atendimento à Mulher (DAM), concluiu nesta terça-feira (12), o inquérito sobre um suposto sequestro, de uma criança de 10 anos, denunciado em 28 de agosto. A vítima relatava ter sido raptada por um homem e desacordar ao ser colocada em uma caminhonete. Ela teria sido levada até o centro comercial de Três Lagoas, onde segundo a mesma, conseguiu escapar.

Segundo o delegado da Polícia Civil, Matheus Palma, responsável pelas investigações, um inquérito foi iniciado imediatamente após a denúncia feita pela mãe. A criança relatava ter sido seguida por um homem moreno em uma caminhonete de cor preta, sedada e levada até a esplanada da N.O.B (Noroeste do Brasil) no centro de Três Lagoas. Os investigadores passaram a levantar as informações dadas pela menina, analisaram estabelecimentos comerciais e residências com câmeras de segurança, além de visitaram os locais em busca de imagens que pudessem auxiliar na resolução do caso.

Após um trabalho de campo, uma caminhonete semelhante a que a criança havia relatado, foi flagrada em imagens. Os proprietários foram identificados e interrogados, mas afirmaram não saber o motivo da denúncia. Além disso, eles não tinham o biotipo semelhante ao que foi relatado pela menina. Em reconhecimento por foto, ela os descartou como suspeitos.

A Polícia Civil direcionou seus esforços para analisar as gravações das câmeras de segurança pelas ruas, por onde a criança afirmou ter passado, enquanto voltava para casa, após escapar do suposto sequestro. Os policiais conseguiram imagens que mostrariam a menina indo a pé para o centro tranquilamente, usando mochila e com uma garrafinha d’água nas mãos. Para o delegado, nas imagens a criança apresentava estar tranquila, enquanto caminhava olhado as fachadas das lojas.

Conforme as imagens revelaram, algumas horas mais tarde, a criança voltou para casa após ter passeado pelo centro. Nas gravações, ela não demonstrava sinais de estar assustada, pelo contrário, parecia tranquila enquanto observava a movimentação da avenida. Além disso, não parecia estar sendo seguida ou intimidada por ninguém.

Apesar das imagens que contradiziam a narrativa apresentada pela criança, a Polícia Civil persistiu na investigação do caso. O Delegado Matheus Palmas decidiu tornar público o resultado das investigações, anunciando que a suposta participação de um sequestrador havia sido descartada. Além disso, ele esclareceu que o proprietário da caminhonete, que havia sido amplamente divulgado nas redes sociais e na mídia, era inocente e não tinha qualquer envolvimento com o caso.

O laudo do exame de corpo e delito descartava qualquer possibilidade de abuso sexual contra a criança. O delegado encerrou o caso e remeteu ao Ministério Público Estadual (MPE) e Vara da Infância e Juventude (VIJ). Agora ficará sob a responsabilidade do MPE e da VIJ, ouvir a criança novamente ou não, para optar pelo arquivamento do caso, ou requisição de novas diligências por parte da polícia. Mas para a Polícia Civil, o caso não passou de um conto de ficção da menina.