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Psicopedagogia

Professor destaca a importância do diagnóstico precoce do autismo

Professor Celso Cavalheiro, autor de livros sobre o espectro autista, participou do programa TVC Agora

Professor Celso Cavalheiro, autor de livros sobre o espectro autista, participou do programa TVC Agora. - Reprodução/TVC
Professor Celso Cavalheiro, autor de livros sobre o espectro autista, participou do programa TVC Agora. - Reprodução/TVC

A palavra autismo vem do grego “autós”, que significa “de si mesmo”. Para o professor e psicopedagogo Celso Cavalheiro, quem recebe o diagnóstico nos dias atuais tem a oportunidade de se redescobrir, pois devido há muitos anos da falta de avanço da ciência no assunto, muitas pessoas que eram diagnosticadas com esquizofrenia- um transtorno mais profundo-, eram, na verdade, autistas. No Brasil, atualmente, o contingente de pessoas identificadas por profissionais da área psiquiátrica já ultrapassa 2 milhões.

O transtorno do espectro autista (TEA) é classificado por três graus de elevação: o leve, o razoável e o severo. Isso pode variar entre uma vida funcional e com uma capacidade cognitiva elevada, até a uma situação de não-verbalidade e alta dificuldade de viver de forma autônoma. O diagnóstico para aqueles que apresentam o grau mais elevado pode ocorrer de forma precoce, já na infância, de 2 a 3 anos de idade. Porém, de acordo com o professor, também há a possibilidade da análise tardia, principalmente para quem apresenta um grau mais leve. “O diagnóstico tardio é uma realidade hoje no Brasil. Aquelas pessoas lá do passado que ficaram sem diagnóstico, agora estão buscando se conhecer”, afirma Celso.

O professor reforça a importância da melhor forma de reconhecimento feita por um especialista na área. “A gente precisa trabalhar com conceitos reais para não cometer os erros do passado. Hoje tem muito achismo, não podemos tratar uma pessoa com hiperatividade como autismo, déficit de atenção como autismo”, destaca.
Em seu livro “Diagnóstico precoce do autismo e outros transtornos comportamentais: uma lição de amor”,

Celso revela que estudou, por 18 meses, o tratamento de crianças diagnosticadas com TEA em países da América do Sul, como Brasil, Argentina e Uruguai, para formar um conjunto de ideias que orientem as terapias multiprofissionais. No livro, o pesquisador aborda a importância da Terapia da Análise do Comportamento Aplicado (ABA), que abrange não só o autismo, mas que também é designada para pessoas avaliadas como hiperativas, para quem têm déficit de atenção e para quem convive com a síndrome de down.

Pensando nisso, a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), através dos cursos de Enfermagem e Letras, realizou o Primeiro Simpósio Interprofissional de Autismo, que teve início no dia 13 de setembro e se encerra hoje (16). O evento foi organizado de forma gratuita e de forma híbrida, com palestras, mini-cursos e mesas redondas que contaram com pesquisadores e profissionais da área, como Celso Cavalheiro, que palestrou na abertura do simpósio.