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RCN Agro 2023

"Valor da soja pode cair para dois dígitos", alerta especialista

Projeção de mercado do grão pode ser desanimadora à primeira vista, mas o produtor brasileiro pode conseguir melhores preços

Cristiano Palavro durante palestra na Famasul - Foto: Celso Magalhães/CBN-CG
Cristiano Palavro durante palestra na Famasul - Foto: Celso Magalhães/CBN-CG

O engenheiro agrônomo Cristiano Palavro, especialista em economia rural, analista de mercado e sócio-diretor da Pátria Agronegócios confirmou que este início de safra agrícola vem com enormes incertezas, tanto para produtores e investidores do agronegócio.

No caso da soja, a grande dúvida do setor é se os preços no mercado internacional vão retomar os patamares anteriores, acima de 150 reais a saca do grão. Hoje a saca foi comercializada a R$ 112,00 e, diante do questionamento dos produtores, a orientação do especialista é para que os agricultores se preparem caso os preços fiquem nos dois dígitos. “Infelizmente precisamos pensar que esse cenário é possível”, destacou Palavro que vê com preocupação os possíveis efeitos do fenômeno El Ninho no mercado de grãos,

O analista também esclareceu que, dificilmente, os valores do grão voltem aos patamares registrados durante a pandemia, que trouxe os preços para níveis nunca antes vistos. A boa notícia, segundo as projeções, é que a demanda pelo grão soja deve aumentar consideravelmente, o que pode ajudar a negociação futura.

Em Mato Grosso do Sul, os primeiros levantamentos sobre a produção de soja, feitos pela Pátria Agronegócios, indicam um crescimento tímido em relação a anos anteriores, cerca de 120 mil hectares a mais do grão em 2023. O fato se deve principalmente sobre a retração nas vendas da safra anterior e o receio de grandes investimentos num ano de muitas incertezas na economia.

Durante o encontro, Palavro analisou o cenário internacional de produção e comercialização de soja e milho, o impacto dos custos da atual safra e apresentou quais ferramentas de mercado podem ser aliadas na proteção das oscilações de mercado para as commodities. 

"O produtor não pode se basear somente na Bolsa de Chicago", preveniu o especialista.