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Editorial

Cidade com poucas árvores

Leia o Editorial do Jornal do Povo, da edição que circula neste sábado (23)

Leia o Editorial do Jornal do Povo, da edição que circula neste sábado (23). - Arquivo/JPNews
Leia o Editorial do Jornal do Povo, da edição que circula neste sábado (23). - Arquivo/JPNews

No passado distante, há mais de cinquenta anos, Três Lagoas era uma cidade bem arborizada em todo seu perímetro urbano. A área central onde se localiza o comércio na extensão das calçadas as árvores da época eram as conhecidas sete copas, que gradativamente foram erradicadas por conta da intolerância e indisposição para varrer e recolher suas folhas que caiam sobre as calçadas. Essas árvores por suas copas garantiam boa sombra, as quais amenizava o calor que sempre foi uma das marcas da cidade. Mas, com o crescimento de Três Lagoas e a consequente expansão do comércio entre os anos sessenta e setenta, à medida que os estabelecimentos comerciais iam se instalando, seus dirigentes foram cortando árvores sob a alegação de que “escondiam” as fachadas dos seus prédios. E, por isso, a freguesia “não visualizava” suas lojas e, por conta dessa impressão distorcida, diziam que  potenciais consumidores deixavam de fazer suas compras. Ledo engano, mas o fato é que a prefeitura não exercia como devia sua autoridade sobre as posturas urbanas que deviam ser observadas e a cidade foi prescindindo das calçadas bem arborizadas como eram naqueles tempos.

É imprescindível diante da catástrofe climática que a todos assombra a elaboração de um programa de arborização para a cidade fazer frente às mudanças climáticas que estamos vivendo. O grande desconforto causado por conta da elevação de temperatura nesta estação do inverno, período que fez mais calor do que frio é uma das evidencias de que precisamos nos proteger dos seus efeitos nocivos. Um exemplo de cidade do interior de Mato Grosso do Sul bem arborizada é Dourados, cujas árvores frondosas além de embelezarem a cidade contribuem para um bom sombreamento que reduz os efeitos do sol abrasador. No dia 21 de setembro celebramos o dia da árvore. Era comum nas escolas professores e alunos plantarem neste dia uma árvore e se ouvir uma breve palestra sobre os seus benefícios. Entre eles, destaca-se o de nos fornecer sombra e frutos, filtrar o ar transformando o gás carbônico em oxigênio, absorver para o solo as águas da chuva, reduzir os efeitos poluição sonora e assegurar, sobretudo, a pureza do ar que respiramos.

Inquestionavelmente, as árvores contribuem para termos boa qualidade do ar, além de garantir a melhoria da qualidade de vida das pessoas.  Diante de tantos benefícios, passa da hora de Três Lagoas adotar um amplo programa de arborização, estimulando e fornecendo mudas para o plantio de árvores em frente a estabelecimentos comerciais e residências  em todos os bairros da cidade com a finalidade de literalmente aplacar os efeitos do calor e evitar entre tantos males decorrentes da poluição do ar, a disseminação de doenças, inclusive, as respiratórias, entre tantas outras que vitimam pessoas. Se plantarmos árvores de espécies adequadas, priorizando as nativas, teremos mais sombreamento, menos calor, e embelezaremos nossas calçadas e ruas em todos os recantos da cidade. Plantando mais árvores, seremos, sem dúvida, uma cidade ecologicamente correta.