Veículos de Comunicação

Saúde

Mudanças bruscas na temperatura podem causar choque térmico

Estar exposto a uma temperatura elevada e, de repente, entrar em contato com um ambiente mais frio, ou vice-versa, pode ser prejudicial à saúde

Mulher usa sombrinha para se proteger do forte calor - Divulgação/Agência Brasil
Mulher usa sombrinha para se proteger do forte calor - Divulgação/Agência Brasil

O encontro abrupto de diferentes temperaturas pode causar a alteração no funcionamento regular do corpo, que também é conhecido como choque térmico. Estar exposto a uma temperatura elevada e, de repente, entrar em contato com um ambiente mais frio, ou vice-versa, pode ser prejudicial à saúde e causar a morte.

Por exemplo, a mudança do calor para o frio pode contrair os vasos sanguíneos, assim elevando a pressão arterial, o que pode ser um fator de risco para os hipertensos. Já a forma inversa pode dilatar os vasos sanguíneos acima do normal, ocasionando a baixa pressão arterial, que pode levar às náuseas, tontura e desmaio. Essa situação se agrava em indivíduos que já tenham comorbidades relacionadas ao sistema cardiovascular. O choque térmico pode, de forma direta, causar um acidente vascular cerebral (AVC) e ao infarto do miocárdio.

Em casos mais leves podem ocorrer câimbras, imunidade baixa, o que pode facilitar a vítima a contrair vírus, como o resfriado e a gripe, além de infecções respiratórias, como aponta a professora de fisiologia do departamento de medicina da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Fernanda Rodrigues. “O nosso sistema respiratório tem mecanismos para se proteger contra a invasão de vírus, bactérias e outros patógenos. Essa proteção se dá pela presença de cílios, como se fossem uns ‘pelinhos’, que ficam na mucosa, evitando o contato de microrganismos”. A mudança brusca de temperatura no corpo impede a atuação deste sistema de defesa, facilitando as infecções.

A professora de ensino básico, Ângela Cameschi, é uma das pessoas que já vivenciou os efeitos causados pela alteração brusca da temperatura. “Eu fui ao Centro pagar umas contas e o calor estava excessivo. Na hora que eu desci do carro e entrei ao banco, eu senti como se fosse uma cortina na frente do meu rosto e um estralo na minha cabeça. Me deu uma dor muito forte. Assim que eu cheguei em casa, eu notei que estava sem voz”. Ângela ficou preocupada com os sintomas e foi a uma farmácia para buscar um medicamento para a cura dos efeitos colaterais e foi quando a farmacêutica responsável pelo atendimento indicou a possibilidade de um choque térmico.

Os efeitos, que foram leves, duraram apenas alguns dias. Mas a professora precisou seguir as orientações dos medicamentos que foram receitados pela farmacêutica. Agora, Ângela busca se manter em equilíbrio entre as mudanças de temperaturas em ambientes, principalmente durante o período de calor intenso, que pode aumentar a incidência destes casos.

Paralisia facial

Uma crença popular bastante conhecida e reproduzida, é de que o choque térmico é o principal causador da paralisia facial, mas a informação não está totalmente correta, como afirma a professora de fisiologia Fernanda Rodrigues. “Não há evidências científicas de que a paralisia facial seja resultado do choque térmico em si. O que acontece é que a pessoa que fica seguidamente se expondo a essas oscilações de temperatura, ela fica mais suscetível aos agentes causadores da paralisia facial”.

Confira na reportagem abaixo: