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Véspera De Finados

Diminuiu números de crianças em trabalho infantil nos cemitérios da capital

Agentes da Secretaria de Assistência Social de Campo Grande realizam campanha e continuam fiscalizando os cemitérios públicos até o dia 2 de novembro

Diminuiu números de crianças em trabalho infantil nos cemitérios da capital - Foto: Gerson Wassouf/CBN-CG
Diminuiu números de crianças em trabalho infantil nos cemitérios da capital - Foto: Gerson Wassouf/CBN-CG

Uma campanha de combate ao trabalho infantil nos cemitérios de Campo Grande teve início nesta segunda-feira (30) e se estenderá até o dia 2 de novembro, Dia de Finados. O objetivo da ação da prefeitura, em conjunto com a SAS (Secretaria de Assistência Social), é fiscalizar os cemitérios públicos da capital para prevenir que crianças sejam exploradas.

Nos últimos anos, era comum encontrar crianças vítimas de trabalho infantil em cemitérios da capital, o crime se tornava mais recorrente quando famílias pagavam esses menores para realizarem a limpeza e manutenção das lápides de familiares, por conta do baixo preço pelo serviço.

De acordo com o secretario de assistencial social em campo grande, José Mario Antunes, de janeiro até agora não foi registrado nenhum caso de crianças trabalhando nos cemitérios da capital. No ano passado, 7 ocorrências foram registradas pela SAS e os registros foram diminuindo desde 2017, ano que foram registrados 40 casos.

"As crianças contam com uma rede de apoio. Quando elas são encontradas realizando o trabalho infantil elas são encaminhadas ao Cras (Centro de Referência de Assistência Social) mais próximo de sua residência, para que ali ele frequente nosso serviço de convivência e fortalecimento de vínculos, para que receba assistência e seja trabalhado. E se ele for menor entre 14 e 16 anos, nós podemos encaminhá-los para a nossa secretaria da juventude, que auxilia eles para que tenham um trabalho e sejam contratadaos como menor aprendiz. Com isso eles são profissionalizados e tenham melhores oportunidades", explica o secretário.

A porteira Nilza Caetano Barbosa e a irmã Betinha Barbosa vão ao cemitério Santo Amaro cuidar dos túmulos dos familiares há mais de 24 anos e contam que já viram crianças trabalhando antigamente.

"Ah eu acho errado né, que criança não é para estar trabalhando, á para estar na escola, estudando e brincando. Eu já vi por aí muitas crianças trabalhando, hoje aqui no cemitério eu não vi, mas geralmente tem bastante no dia de finados mesmo […] Antigamente quando a gente vinha sempre tinha crianças, pintando, carpindo e limpando", conta Nilza.

O jardineiro profissional Marcelo Botelho é um dos profissionais que realizam o trabalho de manutenção e limpeza das lápides, todos os anos ele é contratado por famílias para realizar o serviço. Ele também já viu crianças trabalhando e conta o que acha da situação.

"Eu acho isso ridículo. A crianças têm que ter infância, têm que brincar e têm que ir para a escola estudar pra poder se formar", afirma.

A diminuição do número de crianças trabalhando nos cemitérios é percebida também pelas aposentadas Margarida Saito, Joeliza Xavier, e o técnico de informática Elizeu Matida, que todos os anos vão com a família cuidar das lápides dos familiares.

"Antes eu sempre via crianças trabalhando nos cemitério, elas também pediam para trabalhar mas eu não gostava disso. Hoje já não vejo mais", conta Margarida.

"Aqui no Santo Amaro eu não vejo mais crianças e eles não deixam mais entrar. Não pode né, é lei", fala Joeliza.

"Antigamente tinha muita criança mesmo, mas depois que fizeram aquelas leis pra proibir e aumentaram a fiscalização acabou parando", conta Elizeu.

A ação da Secretaria de Assistência Social continua nos cemitérios até o dia de finados, em 2 de novembro, quando equipes estarão de plantão, das 7h às 17h nos cemitérios Santo Antônio, Santo Amaro e Cruzeiro.

Há números de denúncia que também estão sendo divulgados na ação e, quem encontrar alguma criança trabalhando nos cemitérios, pode e deve ligar para o Disque 100 ou para os números do SEAS, o Serviço Especializado em Abordagem Social: (67)98448-3758 ou (67) 98455-6879. 

Confira a reportagem completa em áudio: