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Vacina preserva a saúde

Leia editorial do Jornal do Povo deste sábado (11)

Vacina preserva a saúde - Foto: arquivo/JPNews
Vacina preserva a saúde - Foto: arquivo/JPNews

O Brasil sempre foi exemplo para o mundo no cumprimento do calendário vacinal desde os tempos da vacina contra a febre amarela em 1937, criada pelo médico sanitarista Oswaldo Cruz. Posteriormente, também, erradicou os maléficos e as consequências da poliomielite, conhecida popularmente por  paralisia infantil. O pai da vacina contra pólio, Albert Sabin, certa feita visitou o país numa manifestação de reconhecimento pelo esforço das autoridades brasileiras na erradicação dessa doença que ataca, notadamente, a locomoção de crianças para o resto da vida.

Era prática comum a vacinação nas escolas com aplicação via oral nas crianças das gotinhas milagrosas que as colocavam a salvo dessa cruel enfermidade. O calendário vacinal para crianças de zero a sete anos, que engloba inúmeras vacinas era seguido à risca pelos pais, salvo raras exceções. E, como resultado, os efeitos das imunizações alcançavam seus objetivos.

Posteriormente, surgiu a imunização em massa para prevenir a população adulta dos efeitos da gripe, que ávida queria receber a vacina a que tinha e continua tendo direito, além de tantas outras que atualmente são recomendadas para estar à salvo do ataque de bactérias, as quais pelas suas peculiaridades e largo espectro podem levar à óbito pessoas mais fragilizadas pela baixa imunidade. Enfim, com o passar dos anos e evolução da pesquisa, inclusive para o combate à doenças das regiões tropicais, a lista foi crescendo e hoje, temos vacinas específicas para crianças, jovens adolescentes, homens e mulheres.

O nível de excelência na busca da proteção das pessoas na atualidade alcança os idosos, os quais preventivamente têm à disposição entre tantas vacinas, a que previne contra pneumonia causadora de elevado índice de morte nessa faixa etária. Mas, repentinamente, teve início, equivocadamente, um movimento contra a vacinação das pessoas sem fundamentação científica, causando desinformação por conta de opiniões isoladas que não correspondem aos estudos desenvolvidos pelos pesquisadores nos mais bem desenvolvidos e  aparelhados centros de estudos do mundo. A controvérsia foi lançada e para agravar, autoridades que tinham por obrigação recomendar a vacinação em massa, começaram tresloucadamente a combater a necessidade relevante das pessoas se vacinarem para se tornarem, senão imunes, pelo menos resistentes a uma doença.

No Brasil essa conduta foi devastadora. Mais de 700 mil pessoas foram a óbito, por conta da palavra do então presidente da República, agravada pela inércia do então ministério da saúde para obter através de outros países as vacinas que inicialmente tínhamos à disposição para imunizar a população. O atraso na aquisição de vacinas, indubitavelmente, foi um das causas do elevado índice de mortalidade registrado no país. É muito doloroso lembrar cenas em hospitais e cemitérios em plena pandemia. Não há família que não tenha perdido entes queridos e pessoas amigas. Essa lembrança é entristecedora.

Nova onda de Covid-19 está no ar. Óbitos começam a ser registrados. As suas consequências são menores para os que foram vacinados, mesmo mesmo para aqueles que não tenham tomado a terceira ou quarta dose de reforço. Mas o fato é que a saúde pública alerta que o baixo índice de aplicação de vacina de reforço é o indicador do aumento de casos de infecção dessa doença, que assusta pelas mutações que causa no organismo humano. Então, se a vacina preserva vida, é inexplicável que um grande contingente de pessoas se recuse a tomá-las. O adágio vacina no braço é vida que se preserva, sempre será bom ouvir.