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Focos de incêndio no Pantanal aumentam mais de 90% em comparação ao mesmo período em 2022

O Governo Federal definiu ações emergenciais e prevê recursos para municípios os afetados

ão mais afetada está em Mato Grosso e esse fogo ultrapassou os limites de estado e entrou em Mato Grosso do Sul, na região do Paiaguás, além de ameaçar a Serra do Amolar - Foto:Gustavo Figueiroa/SOS Pantana
ão mais afetada está em Mato Grosso e esse fogo ultrapassou os limites de estado e entrou em Mato Grosso do Sul, na região do Paiaguás, além de ameaçar a Serra do Amolar - Foto:Gustavo Figueiroa/SOS Pantana

Neste mês de novembro houve grande aumento de focos de incêndio. Esse cenário é apresentado a partir dos dados que o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) levantou com o programa Queimadas. Os focos identificados neste mês já são de 2.256, um aumento de 94% na comparação com outubro (1.157). Como equivalência, em 2022 os focos identificados foram de 48 e 201 para outubro e novembro do ano passado. 

A situação atual só não está pior do que em 2020, ano com recorde histórico de incêndios florestais no bioma. Em menos de 60 dias, quase 600 mil hectares já foram consumidos pelas chamas, de acordo com o sistema Pantanal em Alerta!, dos Bombeiros de Mato Grosso do Sul. Esse território devastado corresponde a uma área de 833 mil campos de futebol.

A região mais afetada está em Mato Grosso e esse fogo ultrapassou os limites de estado e entrou em Mato Grosso do Sul, na região do Paiaguás, além de ameaçar a Serra do Amolar. Os registros mais graves estão no Parque Nacional do Pantanal Matogrossense (Parna), única propriedade federal dentro do bioma, e que ajuda a formar um corredor de biodiversidade. Os incêndios também atingiram mais de 20% do Parque Estadual Encontro das Águas, que envolve a região chamada Porto Jofre e que concentra a maior densidade populacional de onças-pintadas do Brasil.

O fogo nesses dois locais vem sendo registrado desde outubro e está ganhando força por conta das condições climáticas favoráveis e a dificuldade no combate para debelar as chamas. O descontrole da situação gerou uma reunião de emergência entre os governos federal e de Mato Grosso no sábado (11). Naquele encontro, foi definido pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança Climática o envio de 90 brigadistas para o Parque Nacional e o Parque Estadual e a disponibilização de quatro aeronaves para fazer sobrevoos e levar as equipes para locais remotos.

"Não existe fogo municipal, fogo estadual, fogo federal. O fogo é o fogo que está destruindo o Pantanal. Portanto, estamos agindo”, ressaltou a ministra Marina Silva, em comunicado oficial. Já nesta segunda-feira (13), houve definição que o governo federal vai destinar recursos emergenciais para compensar os danos ambientais. Essa medida vai valer tanto para Mato Grosso, como Mato Grosso do Sul, envolvendo principalmente os municípios de Poconé, Barão de Melgaço e Corumbá. 

Ainda neste dia 13, à tarde, ocorreu reunião entre ministérios do governo federal e entidades que atuam no Pantanal para se discutir medidas emergenciais e identificação da situação. Apesar das iniciativas tomadas nos últimos quatro dias, a previsão é de aumento da temperatura nos próximos 15 dias na região e sem previsão de chuva.