O Primeiro Comando da Capital (PCC), apontado como a maior organização criminosa que age dentro e fora dos presídios, teria divulgado um “salve”, uma espécie de ordem para que todos os integrantes da facção espalhados pelo país levantem informações sobre servidores dos sistemas penitenciários estaduais.
A informação foi publicada nesta terça-feira (21) no portal Metrópoles, do Distrito Federal. Os integrantes da facção teriam recebido ordens da cúpula do grupo criminoso para atacar servidores da segurança pública, em datas pré-definidas: 28 de novembro, próxima terça-feira, e 3 de dezembro, um domingo.
As informações foram interceptadas pelo serviço de inteligência da Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen), no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília. De acordo com o Metrópoles, um documento sigiloso da Senappen destacou que policiais penais federais deveriam permanecer em alerta máximo, principalmente os lotados nos presídios de Campo Grande-MS e de Brasília, locais que abrigam alguns dos maiores traficantes de drogas do país.
Na Penitenciária Federal de Brasília cumpre pena o traficante Marcos Willians Herbas Camacho, conhecido como "Marcola", condenado a mais de 300 anos de prisão. Ele foi transferido para a unidade no início deste ano, após a descoberta de um suposto plano de fuga do presídio de Porto Velho-RO.
Marcola é apontado como líder máximo do PCC, acusado de cometer vários crimes, como encomendar assassinatos, mesmo estando dentro de uma prisão. Há poucos dias, o Ministério Público de São Paulo negou um pedido da defesa do traficante para que ele voltasse ao sistema carcerário estadual para cumprir o restante da pena.
Na Penitenciária Federal de Campo Grande cumpre pena, desde 2019, outro megatraficante, Luiz Fernando da Costa, o "Fernandinho Beira-Mar", de 56 anos. Também condenado a mais de 300 anos de prisão por crimes como tráfico de drogas, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e homicídios, ele cumpriu 25 anos da pena e agora tem talegado insanidade mental para tentar deixar a prisão para fazer tratamento psiquiátrico.
Até o fechamento desta reportagem a Senappen não se manifestou a respeito da questão. O jornalismo da CBN Campo Grande também entrou em contato com a Agência do Sistema Penitenciário de MS (Agepen) para maiores informações sobre a situação nas unidades estaduais e aguarda pelo retorno.