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Comunidade Mandela

Famílias remanescentes começam a deixar área; tendas serão retiradas

Quem ainda está no Mandela reclama que aviso de saída chegou em cima da hora

No local as famílias recolhem seus pertences para a retirada das tendas - Foto:Ana Krasnievicz/ CBN Campo Grande
No local as famílias recolhem seus pertences para a retirada das tendas - Foto:Ana Krasnievicz/ CBN Campo Grande

"Fiquei sabendo ontem à noite, eu nem aqui estava […] acordei às 6 da manhã tendo que deocupar as coisas que a gente vai embora", disse Katiane, uma das moradoras da comunidade Mandela que na manhã desta quarta-feira (13) precisou organizar a mudança para deixar a área, pois as tendas cedidas pelo Exército devem começar a ser retiradas hoje, conforme informações da Prefeitura de Campo Grande. No total, 38 famílias ainda estavam na área, entre elas 23 informaram que irão para casa de parentes e as 15 serão realocadas.

O diretor-adjunto da Agência de Habitação e Assuntos Fundiários (Emha), Cláudio Marques, acompanhou o movimento das famílias esta manhã e disse que houve aviso quanto à data de retirada das tendas. "Foram avisadas desde a semana passada que no dia 14 elas teriam de ser realocados, hoje é dia 13 – um dia antes -, então já eram para estar preparadas", disse.

Ainda segundo o adjunto, as famílias serão realocadas na Escola Municipal Maestro João Corrêa Ribeiro até que as áreas definitivas – localizadas nos bairros Iguatemi e Talismã – estejam com a estrutura para os serviços básicos, como água e energia."As famílias serão asssistidas aqui próximo, enquanto aguardamos o projeto da Energisa para que elas possam mudar de fato. A partir do momento que a área estiver liberada com energia e água, elas já poderão mudar", disse. 

Em nota, a concessionária de energia informou que "representantes da concessionária participaram de reuniões com o poder público municipal para as tratativas em relação à construção de redes de energia nas áreas destinadas às famílias da comunidade do Mandela. Neste momento, a empresa está em fase de finalização do projeto, que deverá ser apresentado para a Agência Municipal de Habitação nesta sexta-feira (15/12). Trata-se de um trabalho a ser realizado em diferentes etapas, conforme explicado ao poder público, e que será executado após o projeto ser aprovado". 

Incêndio – Um incêndio de grandes proporções atingiu a comunidade no dia 16 de novembro, deixando pelo menos 100 famílias ainda mais vulneráveis, pois viviam em barracos e parte delas perdeu o pouco que tinha. 

À época a moradora Rafaela de Amorim relatou o quanto ficou desesperada e relembrou os momentos de pânico.

"Do nada todo mundo começou a sair correndo, falando que tava vindo fogo, tava vindo fogo. Todo mundo tentando juntar balde d'água, correndo, estourando mangueira. Como nós sofremos porque não tem água, falta água todo dia, então ninguém conseguiu apagar o fogo e ele veio vindo de barraco em barraco. O que o povo conseguiu tirar de lá foram só os botijões de gás […] Eu perdi tudo, queimou tudo, conquistei um monte de coisa trabalhando e agora perdi tudo", desabafou Rafaela.

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